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CDU e PS votam contra apoios da Câmara de Coimbra a concerto de banda internacional
A Câmara Municipal de Coimbra aprovou um apoio financeiro de 125 mil euros, mais 325 mil euros em serviços, para o concerto da banda internacional Guns N’ Roses, marcado para 6 de junho no Estádio Cidade de Coimbra. A medida foi aprovada pela maioria que governa o município, mas teve os votos contra do PS e da CDU.
Francisco Veiga, vice-presidente da Câmara e responsável pelo Turismo, justificou o apoio. Disse que Coimbra tem condições para receber eventos desta dimensão e alertou que outras cidades, no norte e no sul da cidade, estão prontas para acolher este tipo de espetáculos se Coimbra não os conseguir atrair. Acrescentou ainda que os serviços prestados pela autarquia, como segurança e limpeza, teriam de ser feitos de qualquer forma.
Quanto ao valor fixado de 125 mil euros destina-se a participar nas despesas da produtora. Avisou também haver cidades muito perto de Coimbra que “estão ávidas” para receber este género de concertos. Se Coimbra não tiver a capacidade de atrair estes concertos rapidamente vão para norte ou para sul onde também existem Estádios, alertou.
Mas os vereadores do Partido Socialista (PS) não concordam com o modelo de apoio. Regina Bento afirmou que o PS não está contra os grandes concertos, mas considera o negócio “ruinoso”. Lembrou que os bilhetes custam entre 80 e 150 euros, podendo ultrapassar esses valores nas zonas VIP. No total, a receita bruta poderá ultrapassar os quatro milhões de euros — valor que, segundo os socialistas, reverte totalmente para a produtora privada, que é a mesma desde os concertos dos Coldplay.
Para o PS, trata-se de uma subvenção direta, sem retorno claro para o município, sem concurso público e sem critérios transparentes. Além disso, consideram haver desproporção face aos apoios dados à produção cultural local.
Também Francisco Queirós, da CDU, votou contra. Concorda que há retorno económico, sobretudo para a hotelaria e restauração, mas discorda que o apoio municipal vá para um único promotor privado, enquanto se cortam verbas a outros projetos culturais do concelho.
Em resposta, Francisco Veiga garantiu que grande parte da receita vai para a própria banda — como aconteceu, segundo ele, com os Coldplay, que ficaram com mais de 90% das receitas. Disse ainda que o protocolo foi analisado pelo Tribunal Administrativo, que não encontrou qualquer ilegalidade.
Já o presidente da Câmara, José Manuel Silva, recordou que a taxa turística existe precisamente para apoiar grandes eventos. E destacou que, de acordo com um estudo do ISCAC, os concertos dos Coldplay geraram um retorno de cerca de 36 milhões de euros para a cidade.
Apesar da polémica, os apoios ao concerto a realizar em 6 de junho no Estádio Cidade de Coimbra (ECC) foram aprovados com os votos da maioria, e contaram com votos contra do PS (4) e da CDU (1).
Fotografia: Câmara Municipal de Coimbra
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