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08.04.2025POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra propõe transferência de financiamento para nova Residência Estudantil

Proposta da autarquia prevê construção de uma residência estudantil junto ao Pátio da Inquisição, com capacidade para 20 camas. A localização já tem parecer favorável da CCDRC, com “apenas pequenas recomendações”. 

Com desistência da empresa Infraestruturas de Portugal (IP) de construir uma residência estudantil, Câmara de Coimbra avança com projeto de nova residência perto do Pátio da Inquisição. O obstáculo agora é financeiro. O Município aguarda a aprovação da Agência Erasmus+ para transferir o financiamento inicialmente atribuído à IP.

Segundo Ana Bastos, vereadora responsável pelo urbanismo, a localização da nova residência já recebeu um parecer favorável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), com algumas pequenas recomendações relacionadas com património. No entanto, o financiamento continua pendente.

Projetos da IP não vingaram: o primeiro foi inviabilizado pela autarquia, o segundo não obteve financiamento

A vereadora com o pelouro do urbanismo esclareceu que o primeiro projeto da IP, de construir uma residência estudantil no antigo dormitório da empresa Comboios de Portugal (CP), foi inviabilizado pela autarquia por interferir com uma via projetada para a futura frente ribeirinha da cidade.

A IP tentou avançar com uma alternativa num edifício junto à Agência Portuguesa do Ambiente, que previa cerca de 75 camas, mas acabou por desistir por falta de apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A maioria que governa a Câmara argumenta que a nova residência perto do Pátio da Inquisição pode mitigar a desistência da IP, destacando ainda que outras iniciativas públicas e privadas estão em andamento.

PS considera que foi oportunidade perdida

A oposição não partilha da mesma leitura. Rosa Isabel Cruz, vereadora eleita pelo Partido Socialista, acusou a maioria de, ao impedir a primeira proposta da IP, “não ter estratégia para a juventude” e de estar a “deitar a perder fundos europeus do PRR”. A crítica surgiu na última segunda-feira, na reunião de Câmara, onde o tema foi debatido no período de antes da ordem do dia.

No momento da elaboração do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), 108 mil estudantes estavam deslocados da residência habitual no ensino superior público, o que correspondia a 33% dos inscritos.

Segundo o PNAES na Universidade de Coimbra os estudantes deslocados no ano letivo 2020/2021 representavam 70% dos alunos inscritos enquanto no Instituto Politécnico de Coimbra representavam 44%. Universidade de Aveiro estava no topo da tabela com 84%.

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