
Em 2024, 75 pessoas saíram da condição de sem-abrigo em Coimbra, segundo relatório
No ano passado, 32 pessoas em situação de sem-abrigo foram realojadas em habitação permanente na cidade. O paradeiro de 43 pessoas é desconhecido ou estas mudaram de concelho. Ainda assim, há 197 pessoas em situação de sem-abrigo no concelho, incluindo sete menores.
Relatório do Núcleo de Planeamento e Intervenção em Sem-Abrigo de Coimbra (NPISA/C) foi levado à reunião de Câmara, ontem, segunda-feira, pela vereadora Ana Cortez Vaz.
O documento permite traçar o perfil da população em situação de sem-abrigo. São maioritariamente homens (162) com nacionalidade portuguesa com idades compreendidas entre 45 e 64 anos. No total, em 31 de dezembro de 2024, no concelho de Coimbra, 197 pessoas foram enquadradas na população sem-abrigo.
Em 31 de dezembro de 2024, eram 104 os sem-abrigo sem casa na cidade, 20% estavam em apartamentos partilhados e 80% estavam em alojamento temporário.
Dos 93 sem-abrigo sem teto, 32 foram acompanhados pela Cáritas Diocesana de Coimbra, através do Centro Comunitário S. José e 35 dormiam no Centro de Alojamento de Emergência Noturno.
As restantes 29 pessoas pernoitavam na rua, vãos de escadas, viadutos, entre outros. Uma geografia “dinâmica e flutuante”, referiu Ana Cortez Vaz.
Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, destacou que cerca de 90% das pessoas em situação de sem-abrigo em Coimbra são portuguesas, o que desfaz o mito de que são imigrantes.
Para Rosa Cruz, vereadora do PS, “as respostas não podem ser paliativas”. A diminuição da população sem-abrigo no concelho não elimina preocupações apontadas no próprio documento, como a falta de alojamento, questões de saúde mental e a necessidade de mais programas de formação profissional, lembrou a eleita pelo PS.
Ana Cortez Vaz confirmou a falta de habitação para a população sem-abrigo no concelho de Coimbra. A vereadora responsável pela Ação Social adiantou à RUC que a Câmara Municipal pretende criar cerca de 70 novas vagas.
Duas candidaturas já foram aprovadas e outra aguarda resposta do Instituto da Reabilitação e da Habitação Urbana (IRHU).
Segundo o relatório, entre as razões que conduziram à situação de sem-abrigo estão o “desemprego ou precariedade no trabalho; insuficiência financeira; ausência de suporte familiar; dependências de álcool e/ou substâncias psicoativas; problemas de saúde mental e de outra natureza e proteção social insuficiente”.
O NPISA/C dá também conta que em 2024 foram fornecidas 22.289 refeições e reforços alimentares no Centro de Reforço Solidário de Coimbra. Os apoios financeiros, no âmbito do Fundo Municipal de Emergência, totalizaram 1.606,50 euros referentes a 16 apoios atribuídos a 8 utentes.
Pode saber mais aqui.
Fotografia: Câmara de Coimbra
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