Alunas deslocadas têm mais ansiedade e stress que rapazes

O estudo, intitulado “Ansiedade, depressão e stresse em estudantes universitários deslocados da sua residência”, revela que o sexo feminino tem mais ansiedade e stress, numa amostra de 163 indivíduos, dos quais 118 são mulheres. A investigadora aponta questões biológicas, psicológicas e culturais como fatores para o resultado.

O documento foca-se em estudantes recém chegados ao ensino superior, que passam por experiências que podem provocar distúrbios psicológicos, como a procura de casa, a mudança no estilo de ensino e maiores responsabilidades. A professora explica que estudantes deslocados da zona de residência, em especial as raparigas, têm mais sintomas emocionais negativos.

Para a investigadora, as medidas preventivas são as mais importantes de todas e aponta os gabinetes de psicologia e psicoterapia como essenciais no apoio aos alunos. Para Ilda Cardoso, a divulgação desses espaços é crucial, mas questiona se os estudantes, especialmente do sexo masculino, procuram ter ajuda.

A docente diz que a temática da saúde mental está em permanente atualização nas universidades, onde a comunidade estudantil tem revelado problemas de saúde mental causados por vários fatores, como o aumento das propinas e a dificuldade em encontrar alojamento. No entanto, Ilda Cardoso aponta algumas falhas no apoio oferecido aos estudantes, principalmente no acesso aos programas de apoio mental.

O estudo não tem dados suficientes para chegar a uma conclusão no que toca a universitários em mestrado e doutoramento, mas Ilda Cardoso considera que os valores entre sexo masculino e feminino se possam manter. A investigação revela que alunos mais velhos podem apresentar níveis de depressão um pouco mais elevados.