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Fado mantém-se nas mãos da “juventude acumulada”

A regra é clara: só acima de 50 anos podem entrar e é obrigatório gostar de música, independente do talento ou experiência musical. Iniciativa está nas mãos de Ricardo Silva, professor de guitarra portuguesa na Academia de Música de Coimbra.

As tunas universitárias, compostas na quase totalidade por jovens alunos, mantêm acessa a tradição de cantar o fado na cidade de Coimbra. O “Fado com Vida” opta por outra vertente: são pessoas de faixa etária mais elevada que partilham os saberes musicais nas manhãs dos dias da semana, uns com as cordas das guitarras, outros com as cordas vocais.

O projeto está inserido no curso “Música com Vida”, uma das áreas de formação oferecida pela Academia, composta exclusivamente por pessoas com mais de 50 anos. O grupo de fado, comandado por Ricardo Silva, abriga pessoas com vasta experiência musical, mas não só…

O coordenador refere o papel social do “Fado com Vida”, que permite a pessoas com diferente background musical juntarem-se e partilharem experiências. O professor explica a importância do projeto para a vida das pessoas já aposentadas, que constitui uma oportunidade para manterem a mente ativa e continuarem a aprender.

Apesar de a Academia de Música estar localizada em Coimbra, os grupos não aprendem exclusivamente o fado que canta a vida académica e as tradições universitárias. Ricardo Silva explica que o fado de Lisboa e as canções populares portugueses enriquecem “programa de ensino” com outras “musicalidades” nacionais.

Os grupos do “Fado com Vida” fazem alguns concertos em lares e residências seniores na cidade e arredores, para além dos espetáculos inseridos na programação da instituição. O último recital foi a 21 de janeiro, no Estúdio Metamorfose, em Condeixa.

Fotografia: Ricardo Oliveira/Academia de Música de Coimbra

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