CAPC e Teatrão cruzam artes plásticas e performativas numa só exposição
Composta por quatro obras, expostas em períodos distintos, a mostra segue um fio narrativo concreto e evolui com o passar do tempo. “Entardecer”, de Nuno San-Payo, é a segunda peça a ser exposta ao público.
Com uma programação paralela à obra “Constantino, Guardador de Sonhos” e dotada de peças do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, a exposição “Neo-Real: cara a cara com obras neorrealistas” é a aposta que une o Teatrão e o Centro de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC). A mostra toma lugar na Casa Municipal da Cultura.
Ao microfone da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Filipa Malva, curadora do Teatrão, avança que o objetivo maior da exposição é garantir o cruzamento das artes plásticas e performativas, de modo a que o público seja capaz de compreender o propósito do neorrealismo na expressão artística contemporânea.
Carlos Antunes, diretor do CAPC, explica que a iniciativa é composta por quatro obras “que se alongam no tempo”, sendo estas: “Mulher Chorando” (1949), “Entardecer” (1949), “Nazarena” (1959) e “Carrossel” (1960). A representante do Teatrão acrescenta, ainda, que a exposição não consiste num projeto fixo, mas sim numa mostra que vai evoluindo com o passar do tempo, uma vez que apenas uma obra é exposta de cada vez.
Dado por terminado cada momento da exposição, é desenvolvido um “Círculo de Estudos”, que junta o Educativo CAPC e o elenco do espetáculo. Para Filipa Malva, o intuito das oficinas é levar o público a interpretar o neorrealismo além da materialidade e gerar o debate, bem como a discussão de ideias. “Cada oficina é objeto de um programa próprio”, complementa o diretor do CAPC.
Segundo Carlos Antunes, a arte deve ser uma ferramenta de aprendizagem para o futuro. De acordo com o representante do CAPC, o neorrealismo é um sismógrafo dos problemas da sociedade contemporânea e é a partir deste pressuposto que fundamenta a interatividade da exposição com os seus visitantes.
A atual obra em exposição é “Entardecer”, a segunda da montra criada pelo CAPC e o Teatrão. Da autoria de Nuno San-Payo, a exibição da peça estende-se até ao próximo dia 1 de fevereiro.