Teatrão estreia “Constantino, Guardador de Sonhos”, dramaturgia contemporânea a partir do livro de Alves Redol
Com texto de João Gaspar, figurinos e cenografia de Filipa Malva, desenho de luz de Jonathan Azevedo e sonoplastia de Nuno Pompeu, as atrizes Margarida Sousa e Eva Tiago e o ator João Santos trazem-nos problemas de hoje partindo do texto do escritor neorrealista.
A partir desta sexta-feira, dia 3 de janeiro, com sessões para público geral todas as sextas-feiras às 19h00 e sábados às 17h00, “Constantino, Guardador de Sonhos”, conta-nos o encontro de um “guardador de vacas e de sonhos” com uma adolescente que não se lembra do que sonha. Estará em cena na Oficina Municipal do Teatro (OMT) em Coimbra até 1 de fevereiro.
O espetáculo foi-se construindo a partir da sinopse inicial num processo “colaborativo”. Foram vários os momentos de experimentação dos atores em que houve aceitação do dramaturgo, explica Margarida Sousa, atriz que faz o papel da mãe da jovem adolescente.
“Houve sempre uma grande liberdade para propormos a nossa visão”, aclara João Santos, ator que representa Constantino na peça. Em palco está a história de uma família com os problemas do quotidiano mas também os sonhos do futuro materializado nas palavras poéticas do texto.
O dramaturgo fala-nos de liberdade de sonhar e ter uma vida diferente sem prisões, seja pela falta de habitação, seja pela existência de grilhetas que hoje condicionam as vidas de tantas famílias. No tempo do Estado Novo a vida numa aldeia ribatejana não era fácil, hoje para muitas dessas famílias, a vida na periferia das grandes cidades continua a ser complicada. A jovem atriz Eva Tiago fala-nos da atualidade da dramaturgia.
Isabel Craveiro, diretora artística da companhia profissional sediada na OMT, na conferência de imprensa de apresentação da programação até final de 2024 já tinha manifestado a intenção de a companhia visitar o neorrealismo com uma visão não saudosista.
Como sempre há toda uma programação paralela. “Real Social”, um programa de conversas, conta com curadoria de António Pedro Pita e decorre nos dias 23 e 30 de janeiro, às 18h00, na OMT.
“Neo-Real: cara a cara com obras neorrealistas” nome da exposição que mostra no Círculo Sereia do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra de 18 até 1 de março obras do acervo do Museu do Neorrealismo, apresenta “Mulher Chorando” de Querubim Lapa, primeira de quatro obras a residirem neste espaço. A exposição, com entrada livre, pode ser visitada de terça a sábado entre as 14h00 e as 18h00.
Pode consultar toda a programação aqui. No início do artigo pode ouvir a reportagem RUC do ensaio para a comunicação social local.
Fotografia: Teatrão@Carlos Gomes