Abstenção do PS e CDU permitiu aprovação de GOP e Orçamento de 2025 da Câmara de Coimbra. CpC votou contra.
Assembleia Municipal de Coimbra aprova com 24 votos a favor, 21 da Coligação Juntos Somos Coimbra, dois do PS e um do Chega, GOP e Orçamento para 2025. Dezoito deputados municipais do PS abstiveram-se e os cinco da CDU também. Os dois deputados do CpC votaram contra.
Abstenção da maioria dos deputados municipais do Partido Socialista (PS) permitiu à maioria que governa Coimbra ver aprovados as Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2025. Maioria dos deputados municipais socialistas optaram pela abstenção em vez do voto contra que a proposta recebeu na reunião do executivo dos quatro vereadores do PS.
“Cemitério de promessas incumpridas” (sobre ação governativa da Coligação Juntos Somos Coimbra) – Ferreira da Silva (PS)
Apesar das fortes críticas que fez ao documento, Ferreira da Silva, líder da bancada socialista na Assembleia Municipal, não quis que a Coligação Juntos Somos Coimbra justificasse com um possível chumbo das GOP e Orçamento o que considerou ser “a má gestão da coisa pública”.
O PS lamentou ainda que a rubrica desporto e juventude represente apenas 1,66% do total do Orçamento. Apesar da abstenção, o líder da bancada do PS, acusou a Coligação Juntos Somos Coimbra “de lançar o caos na cidade e concelho”.
Movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), voltou a votar contra o documento provisional da Câmara de Coimbra, desta vez para 2025. Para o CpC há “grande empolamento do Orçamento sem haver garantia de execução” e a cidade “continua a morrer por dentro”.
“Coimbra continua a morrer por dentro” – Graça Simões (CpC)
O CpC acusou ainda a Câmara de Coimbra de assumir “obrigações do Governo e de amigos sem contrapartidas para o interesse público”. Graça Simões, deputada do CpC deu como exemplos o projeto para o novo Palácio da Justiça e a cedência de terreno para a construção da creche e jardim de infância pelo Exploratório da UC ou a construção de uma residência de estudantes.
Quanto à Bienal Anozero, o CpC não compreende que tenha financiamento cinco vezes menor do que “intrigantes protocolos e programação convergente Coimbra-Brasil”.
A CDU, à semelhança de anos anteriores, absteve-se. Pinto Ângelo, deputado municipal, considerou que existem “opções que têm prejudicado os habitantes do concelho”.
“Há que continuar a exigência junto do Governo para que os Municípios sejam adequadamente ressarcidos dos aumentos de despesa a que foram sujeitos pelo bloco central” – Pinto Ângelo (CDU)
O deputado comunista lamentou os preços altos de habitação que afastam as pessoas para as periferias e criticou o aumento das taxas do IMI “sem que se esgotem alternativas mais amigas dos munícipes”, ao ser dispensada derrama de empresas e o aumento de taxas de licenciamento urbanístico.
Deixou ainda preocupações com pacote financeiro para descentralização de competências e sobre novas operações urbanísticas que o MetroBus vai proporcionar.
“Têm de ser encontrados mecanismos que procurem o contributo daqueles que vão ganhar muito através do investimento público”, disse.
Francisco Rodeiro, deputado do PSD e presidente da Freguesia de Santo António dos Olivais, a maior do concelho, não escondeu dificuldades da sua freguesia com o trânsito e mobilidade devido às obras do MetroBus – “um tormento e um labirinto”, mas que, ainda assim, “o panorama tem melhorado”, esclareceu.
Na área do Ambiente, “Há longo caminho a percorrer” – Francisco Rodeiro (PSD)
O deputado do PSD deu nota de serem necessários mais parques de estacionamento periféricos e de mais policiamento do trânsito juntos dos hospitais Pediátrico e CHUC.
Francisco Rodeiro louvou “o esforço de renovação” de escolas públicas da sua freguesia como a Eugénio de Castro e a Alice Gouveia e as intervenções em bairros municipais. Quanto à Cultura, apelou a que as iniciativas “sejam descentralizadas”.
Na área do Ambiente constatou “esforço”, mas entende que “há longo caminho a percorrer” – “Há escassez de papeleiras e de ecopontos e empobrecimento de mobiliário urbano”, lamentou o presidente da Junta de Santo António dos Olivais.
Por fim mostrou satisfação pela garantia dada pelo presidente da Câmara de Coimbra e pelo vereador com as finanças, Miguel Fonseca, de que haverá uma atualização nas verbas atribuídas às freguesias, com valor da inflação.
Ainda do lado do PSD coube a Carlos Figueiredo deixar um apelo “à responsabilidade de todos”, lembrando que “intervenções essenciais” só seriam possíveis com o Orçamento aprovado.
“É um ato de responsabilidade e de compromisso com quem nos elegeu”, declarou o deputado social-democrata.
Margarida Pocinho do CDS chamou a atenção para os desafios dos SMTUC quanto a restrições financeiras e operacionais. No entendimento da deputada, a proposta de GOP e Orçamento promove “o crescimento económico, a sustentabilidade e o bem-estar social” do concelho.
“Sempre aceitei a crítica e é preciso ter humildade sempre!” – José Manuel Silva
José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, afirmou compreender as críticas dos deputados e agradeceu a aprovação das GOP e Orçamento, “documentos fundamentais para prosseguir o trabalho”. À margem da Assembleia Municipal a RUC falou com o presidente da Câmara de Coimbra.
A última Assembleia Municipal de Coimbra realizou-se, ontem, dia 19 de dezembro, na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco.
Fotografia: Câmara Municipal de Coimbra