“A Vendedora de Bibliotecas” vence Prémio Literário Manuel Alegre
Sónia Emília Veiga Rossa, aluna de mestrado em Estudos de Língua Portuguesa da Universidade Aberta foi a grande vencedora da 4.ª edição do Prémio Literário Manuel Alegre.
A cerimónia de entrega do galardão decorreu na Associação Portuguesa de Escritores em Lisboa. Para José Manuel Mendes, presidente da APE – Associação Portuguesa de Escritores e coordenador do júri do concurso, o Prémio Literário Manuel Alegre insere-se na longa tradição Coimbrã.
O presidente da APE saudou a existência de “estudantes que ainda querem ler ainda querem escrever” quando “as pessoas estão a deixar de ter o gosto pela leitura”.
A obra “As vendedoras de Bibliotecas”, para José Manuel Mendes “vive de uma conjugação do real observado e da fantasia, e confere à venda das palavras uma dimensão que acaba por ser um tempo primordial e propiciadora de toda a fantasia”.
Um diálogo entre duas mulheres, “num espaço que é de aldeia”, e lhe faz pensar em Fernando Pessoa.
A autora de “A Vendedora de Bibliotecas”, Sónia Emília Veiga Rossa, estudou filosofia e está agora a fazer um mestrado em Português Língua Não-Materna na Universidade Aberta.
Foi na pandemia que começou a dedicar-se mais à escrita e foi preciso “muita coragem” para concorrer a um prémio com um júri de escritores. Ressalva no entanto que “ao mesmo tempo” escrever “é uma terapia” e “faz bem escrever” pois “ajuda a organizar ideias”.
Sónia Emília Veiga Rossa recebeu o Prémio Literário Manuel Alegre,”com muito orgulho”, mas não foi o primeiro.
Manuel Alegre entregou o prémio à vencedora. Político, poeta e resistente antifascista, o escritor lembrou que muitos dos movimentos literários nasceram em Coimbra e que faltava nas gerações atuais uma iniciativa que fomentasse a leitura e futuros novos leitores.
Por incentivar à escrita, “concorrer a este prémio começa a ser uma responsabilidade”, reconheceu o escritor. Propôs que numa futura cerimónia se leiam os textos escolhidos pelo júri e chamou a atenção dos editores para a qualidade dos textos vencedores.
Ana Rita Rodrigues com “Casa Transparente” foi a vencedora da primeira edição do Prémio Literário Manuel Alegre. Rodrigo Cid venceu a segunda edição com “Vinte Seis Postais”. Eva Cristiana Oliveira Ferreira venceu a terceira edição com “Um médico também morre”.
O concurso de escrita é aberto a todos os estudantes do Ensino Superior Português. José Manuel Mendes, Alberto Martins, Clara Rocha, Guilherme de Oliveira Martins e Manuel Alegre fazem parte do júri do prémio criado em 2017 pela Associação Académica de Coimbra.