ClimAção Centro crítica “inação” do Município de Coimbra

O movimento cívico de conservação ambiental, ClimAção Centro, deixou hoje várias críticas à política climática do Município de Coimbra. O movimento considerou o trabalho realizado nos últimos três anos “muito negativo” e acusou a autarquia de não cumprir com o Programa Municipal para as Alterações Climáticas (PMAC), aprovado em 2021. O programa prevê a criação do Conselho Municipal de Acompanhamento, que tem como finalidade avaliar a concretização das medidas anualmente, mas Miguel Dias, membro do ClimAção, adiantou que a comissão nunca foi criada.

Perante a inexistência do órgão de acompanhamento, o ClimAção propôs-se a analisar as notícias da Câmara Municipal de Coimbra e a verificar se o programa está a ser cumprido. Após o diagnóstico, Miguel Dias constatou que a ação está a ser ineficiente.

Em agosto de 2024, o executivo substituiu o programa em vigor por um novo instrumento – o Plano Municipal para as Alterações Climáticas (PMAC). Miguel Dias afirmou que o novo documento não é “necessariamente melhor” que o antigo e “desconhece a realidade local”. O coletivo questionou a fiabilidade do documento e apontou, ainda, para a ausência de auscultação pública na elaboração.

A estagnação na área da transição energética, o investimento único de 18 mil euros em painéis solares e o não cumprimento do Pacto dos Autarcas pelo Clima são algumas das acusações do ClimAção ao mandato de José Manuel Silva, atual presidente da Câmara de Coimbra.

Nuno Martins, arquiteto e membro do ClimAção, demonstrou, ainda, preocupação com propostas contrárias ao princípio da descarbonização.

Miguel Dias recordou, ainda, que o autarca, na véspera de ser eleito, comprometeu-se com a Greve Climática Estudantil a promover uma declaração de Emergência Climática, promessa que não foi cumprida.