Vitorino Nemésio “operário da fala oral e da escrita” terá prémio com seu nome
Representação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores veio ao Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra apresentar Prémio Literário Vitorino Nemésio.
Aberto a todos os escritores consagrados ou emergentes, o galardão visa premiar “uma obra original e inédita” e está aberto a candidatos do mundo lusófono.
O prémio tem candidaturas abertas de 6 de janeiro a 7 de março de 2025. O vencedor do Prémio Literário Vitorino Nemésio será revelado no dia da Região Autónoma dos Açores, este ano comemorado a 9 de junho.
Poeta, escritor, professor universitário, o intelectual açoriano ficou conhecido do público pelas conversas televisivas com o título “Se bem me lembro”. O seu livro “Mau tempo no Canal” publicado em 1944 revela a alma açoriana.
A neta do escritor, Luisa Nemésio, marcou presença na cerimónia e trouxe-nos palavras do avô que se considerava a si próprio, “operário da fala e da escrita”.
O escritor estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, trocou o curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra. Em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica, curso que terminou.
Em Coimbra, Vitorino Nemésio trocou ideias com grandes pensadores como Joaquim de Carvalho, José Régio, Paulo Quintela, Fernando Vale ou Miguel Torga.
José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, lembrou “a honra” que é o prémio ter sido apresentado em Coimbra.
O prémio vai ter uma periodicidade anual e o valor pecuniário de 2.500 euros para o vencedor. A obra premiada terá edição de exemplares até ao limite de 300.
O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia, assinalou a importância do prémio ao pretender celebrar o talento literário lusófono e ser “um encontro entre passado e futuro”.
Ana Goulart e Hugo Ferreira, encerraram a cerimónia com uma interpretação de quatro temas açorianos.
Fotografia: Câmara Municipal de Coimbra