Festival Linha de Fuga não vai fugir ao “Medo”

O Festival Linha de Fuga voltou a Coimbra para mais uma edição de espetáculos, performances, conversas e workshops, desta vez com o tema “Enfrentar Medos”. A programação da quarta edição do Festival decorre entre os dias 1 e 30 de novembro e o Laboratório até dia 25.

Desde a primeira edição, que a organização do Linha de Fuga pretendia arranjar forma de relacionar a arte com temas que achavam socialmente interessantes. O mote “Enfrentar Medos” veio na sequência da edição passada – “As Éticas do Cuidado” -, quando perceberam que a falta do cuidado provinha, muitas vezes, da incapacidade de enfrentar o medo. No entanto, Catarina Saraiva, responsável pela curadoria do evento, quer retirar a conotação negativa a este sentimento.

Em paralelo ao festival, existe o “Laboratório”, um espaço de experimentação para artistas emergentes. A organização perguntou aos candidatos “de que forma enfrentam os seus medos através da arte” e os 12 projetos selecionados vão ter a oportunidade de expor os espetáculos pelos vários espaços culturais da cidade.

 

Quanto à programação do festival, Catarina Saraiva avançou à RUC duas peças que abordam a perceção do medo de diferentes ângulos. A curadora anunciou Paloma Calle e a peça que a artista criou sobre a violência que incute a ela mesma, que define como um “stand-punk-comedy”. Já Inês Campos vai apresentar uma peça ligada à saúde mental e o medo da pressão da sociedade.

Devido ao grande número de artistas envolvidos, Catarina Saraiva admitiu que o Festival Linha de Fuga está em constante metamorfose.

 

A curadora descreve o Linha de Fuga como um “evento único em Coimbra”, que se diferencia pela capacidade de misturar obras finalizadas com obras ainda em processo, o que permite ao público sondar todo o processo de criação.

Os espetáculos do festival Linha de Fuga começam apenas a 1 de Novembro, mas pelas 18 horas de hoje, o ciclo de “Conversas Sem Medo” da curadoria do Observatório das Masculinidades deu início ao programa.