Médicos pedem melhores condições, Ministério da Saúde dá “silêncio absoluto”
Federação Nacional dos Médicos pondera avançar com paralisação de todo o setor de saúde, caso as exigências dos profissionais não sejam alcançadas. “Incompetência” e “silêncio absoluto” de Ana Paula Martins enfurecem FNAM.
Listas de espera cirúrgicas em crescimento, falta de flexibilidade do Ministério da Saúde e cada vez mais utentes sem médico de família são alguns dos motivos que levam a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) a exigir uma nova Ministra de Saúde “que sirva o SNS”.
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, esclarece que os dias 24 e 25 de setembro surgiram como um “momento de protesto”, entre os profissionais de saúde, e considera que os médicos “foram empurrados para esta greve”, devido à “incompetência” do Ministério em negociar e solucionar as falhas do setor.
Uma paralisação de todo o ramo da saúde, através de uma “eventual luta conjunta”, está a ser ponderada, de forma a sensibilizar os portugueses para a precariedade dos profissionais de saúde. “Estamos a falhar em todas as frentes, isto é um retrocesso”, sublinha Joana Bordalo e Sá.
Salários justos e melhores condições de trabalho são as exigências dos médicos, desde o início do mandato de Ana Paula Martins, enquanto Ministra da Saúde. Segundo a presidente da FNAM, apenas com estes requisitos, “é que se consegue ter um SNS capaz de garantir saúde pública, universal, de qualidade e acessível a toda a população”.
Joana Bordalo e Sá critica o “silêncio absoluto” do Ministério da Saúde e garante que “nada de concreto ou útil” foi realizado nos últimos seis meses, na liderança de Ana Paula Martins. A representante dos médicos afirma, ainda, ser impensável que continuemos a ter os profissionais de saúde “mais mal pagos da Europa”.
Fotografia: Federação Nacional dos Médicos (FNAM)