Entre “a paz, o pão, habitação”, Coimbra exigiu a última
Coimbra manifestou-se por “Casa para Viver”, no passado sábado, dia 28 de setembro. Cidadãos, associações, repúblicas e coletivos entoaram palavras de ordem e deram voz à causa.
A manifestação Casa Para Viver realizou-se pela quarta vez, no passado sábado, dia 28 de setembro. A plataforma de movimentos e coletivos pelo direito à habitação convocou o protesto pela primeira vez desde que o governo da Aliança Democrática tomou posse. Um pouco por todo o país, milhares de pessoas mobilizaram-se em protesto contra a crise habitacional.
Em Coimbra, a manifestação saiu à rua pela terceira vez e o protesto fez-se ouvir desde o Largo da Portagem até à Praça 8 de maio. Cidadãos, associações, repúblicas e coletivos entoaram palavras de ordem e deram voz à causa. De acordo com o Relatório Anual do Idealista de 2024, a cidade dos estudantes é líder no aumento do preço das casas para arrendar, no período compreendido entre Agosto de 2023 a Agosto de 2024. Fernando Teixeira, do movimento Porta a Porta, considera que os avanços conquistados pelas anteriores mobilizações da plataforma Casa Para Viver estão na eminência de serem revertidos pelo atual governo PSD/CDS.
Maria Carolina, em nome do coletivo Porta A Dentro, apresenta algumas medidas que considera necessárias à resolução dos problemas habitacionais.
Não foram apenas coletivos pelo direito à habitação que se juntaram no Largo da Portagem. Várias entidades e movimentos sociais uniram-se à causa e quiseram marcar lugar no protesto de sábado. O Movimento Democrático de Mulheres decidiu fazer parte da luta. Bárbara Canijo, membro da associação, dá conta que a crise habitacional afeta de maneira desproporcional mulheres e famílias em situações de vulnerabilidade.
A ativista do coletivo Porta A Dentro, Maria Carolina, dá também voz à pobreza habitacional em Coimbra.
Marta Santos, da Associação Projeto Ruído, é natural de Coimbra e mora na Alta. A estudante revela ser “das poucas moradoras da alta” e lamenta a saída de vizinhos. Os moradores que saem das suas casas “pelas rendas inacessíveis” dão lugar a alojamentos locais e Airbnb ‘s.
Em declarações à RUC, Maria Maílho, estudante na Universidade de Coimbra realça a realidade de muitos estudantes universitários deslocados. A entrevistada destaca a crise habitacional como um dos entraves à educação e revela a falta de ajuda e de propostas por parte do governo. Não são só as rendas que preocupam os jovens, mas também o custo das propinas e dos materiais escolares.
A indignação foi notória tanto em Coimbra, como nas 22 cidades de norte a sul do país que aderiram à manifestação. Nas redes sociais, os ativistas reforçaram que vão continuar a lutar até que todos tenham direito a Casa Para Viver.