Teatrão constrói “memória futura” do MetroBus
De Serpins a Coimbra “Com que Linhas te cruzas?” é projeto da companhia da Oficina Municipal do Teatro em colaboração com Metro Mondego, Câmaras Municipais de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo e FEUC.
“Para quando o MetroBus?”, perguntam as populações envolvidas na construção dos espetáculos que vão ser apresentados em estações da linha entre Serpins e Portagem.
Anos depois do comboio ter deixado de circular, já que serviço ferroviário foi suspenso em janeiro de 2010, há quem tenha memórias que agora nos são contadas pelo elenco do Teatrão: Afonso Abreu, David Meco e Miguel Cordeiro.
A estreia da primeira criação terá lugar na Estação de S. José em Coimbra. Na cidade haverá três representações em 19, 26 de setembro e 10 outubro, sempre às 19horas.
Lousã acolhe o espetáculo a 22 de setembro. A 29 será a vez da Estação de Moinhos. Miranda do Corvo recebe a primeira criação a 19 de outubro, um dia depois será a gente de Serpins a participar. Estas sessões têm início às 17horas.
As linhas do Sistema de Mobilidade do Mondego são “cenário e inspiração” para uma viagem que se pretende de reflexão. “Pequenos episódios, histórias, cenas e fragmentos de vidas de pessoas” que ao longo de vários anos utilizarem a linha do comboio vão mostrar como foi o percurso ferroviário que conhecemos como Ramal da Lousã.
A partir do passado, as populações projetam e “constroem cidade e memórias futuras” – palavras de Isabel Craveiro, diretora artística do Teatrão, ontem na apresentação do projeto, na Estação de Serpins. Os atores deixam o convite à adesão do novo meio de transporte há muito desejado.
“Com que Linhas te Cruzas?” – É constituído por duas criações. A primeira criação tem lugar já em 2024. A segunda criação será estreada no próximo ano já dentro dos autocarros elétricos do MetroBus.
Com o apoio, a Metro Mondego espera que o passado turbulento do projeto do MetroBus possa ser superado. O levantamento das linhas do comboio pressupunha a criação de um metro de superfície suspenso por falta de financiamento europeu. Com a Europa a concordar com um sistema de transporte público de passageiros em modo rodoviário, a obra tem avançado com alguns percalços.
Embora no troço Serpins – Alto de São João as obras registem 97% de execução, ainda não é possível indicar a data de abertura a passageiros, “dada a existência de um contencioso no Tribunal Administrativo e Fiscal que impede o início da empreitada de fornecimento e instalação das guardas de segurança no troço”, informou a Metro Mondego em comunicado.
Ontem em Serpins, João Marrana, presidente do Conselho de Administração da Metro Mondego, mostrou satisfação pela colaboração do Teatrão no sentido de “envolver as pessoas e ajudar à compreensão do projeto”.