AAC disposta a tomar medidas contra o descongelamento das propinas
Focada na atual crise social e económica que atormenta os estudantes nacionais, a Direção-Geral veio a público contrariar a proposta do Governo de Luís Montenegro. Renato Daniel garante que, neste momento, “todas as opções estão em cima da mesa”.
A Associação Académica de Coimbra (AAC) publicou, na passada segunda-feira, uma carta aberta direcionada ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, e ao Ministro da Educação, Fernando Alexandre. O documento que veio ontem a público manifesta-se fortemente contra o descongelamento das propinas, proposto pelo XXIV Governo Constitucional.
“O descongelamento das propinas, num contexto de profunda crise social e económica, representa uma ameaça direta à democratização do ensino superior”, avança a AAC nas suas redes sociais oficiais.
Renato Daniel, presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), afirma que o aumento do valor da propina é algo perigoso para o bom funcionamento do ensino superior nacional. De acordo com o dirigente, a colocação desta possibilidade pelo Governo obriga a um posicionamento imediato face às questões apresentadas.
A AAC não é a única instituição a opôr-se ao descongelamento das propinas, como assim defende Renato Daniel, que menciona o Movimento Estudantil e garante que o mesmo planeia agir contra a medida política.
Baseando-se no Instituto Nacional de Estatística, a instituição centenária avança que “o custo médio da habitação, em Portugal aumentou mais de 10% no último ano, sendo que em Coimbra, a subida foi ainda mais acentuada”.
De olhos postos nas taxas de abandono escolar, Renato Daniel salienta que Coimbra é uma exceção à regra, “mesmo com o galopar da inflação” no contexto nacional e elogia o “investimento sério por parte da Universidade de Coimbra (UC) em matérias de ação social”.
Caso a medida de descongelamento das propinas seja consolidada, “não nos limitaremos a qualquer tipo de medidas inferiores e todas as opções estão em cima da mesa”, garante o dirigente estudantil.
Renato Daniel explicita, ainda, que se acrescentarmos aos atuais custos dos estudantes um valor acrescido das propinas, podemos estar a falar “de um perigo para a frequência e manutenção do ensino superior”.
O representante da AAC apela a que todos os estudantes se unam, “especialmente na Academia de Coimbra para que não deixemos que a propina volte a ser um entrave na permanência no ensino superior”.