[object Object]

Trabalhadoras da SORRISO lutam contra a suspensão do subsídio de turno

O representante do sindicato dos trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro destacou a peculiaridade da greve, marcada pela imposição de serviços mínimos pelo governo. A greve, motivada pela suspensão do subsídio de turno e a imposição de horários fixos, revela a precariedade e insatisfação das trabalhadoras.

No passado dia 17, várias trabalhadoras da instituição Sorriso – Associação dos Amigos do Ninho dos Pequenitos – juntaram-se na sede das instalações da maternidade Bissaya Barreto como forma de protesto perante as dificuldades financeiras sentidas.

Ao microfone da RUC, António Baião, do Sindicato dos trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, enfatiza a importância da greve devido ao facto de o secretário de Estado, Adriano Moreira, ter decretado serviços mínimos que incluem todos os funcionários que estavam escalados para o serviço. Isto significa que dois trabalhadores por turno devem trabalhar em serviços mínimos.

A direção da instituição, composta por voluntários, disse não ter condições financeiras para continuar a pagar o subsídio de turno aos trabalhadores. Os profissionais, maior parte mulheres, veem-se colocadas em horários fixos de modo a não receberem mais o subsídio de turno. É de relembrar que as funcionárias já haviam abdicado de parte do subsídio, uma vez que deveriam receber 25% e, por acordo, estavam a receber apenas 15%.

Do ponto de vista financeiro, a mudança é um choque para as trabalhadoras, que apenas recebem o salário mínimo nacional. A perda de 15% do salário representa uma quantia significativa, uma vez que afeta tanto a situação familiar quanto a profissional, visto que algumas só trabalham numa parte do dia sem rotatividade.

António Baião apela à resposta do governo para entender o que está a acontecer na instituição e reitera que as trabalhadoras não podem aceitar que retirem a totalidade do subsídio de turno, devendo lutar contra a ilegalidade.

Celeste, trabalhadora da instituição há 32 anos, confirma à RUC que a luta pelo subsídio começou em 2019, quando cerca de 25% do ordenado foi retirado quando se sindicalizaram. Ao longo dos 32 anos de serviço, Celeste afirma não ter notado alterações positivas nos salários, apenas negativas, uma vez que costumava receber um vencimento superior ao salário mínimo nacional.

António Baião defende que o nível de responsabilidade para formar as crianças é muito grande, e defende a necessidade de uma mudança no comportamento da instituição face às trabalhadoras. O representante do sindicato dos trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, exige também uma resposta do governo que esclareça a situação e assegure a solidariedade com as trabalhadoras, algumas das quais se dedicam à instituição há mais de 20 anos.

Fotografias: Isabel Simões

PARTILHAR: