As Vibrações Intensas da Comenda: Uma jornada pelo Comendatio Music Fest – Dia 2
Entre os dias 15 e 16 de junho, no Paço da Comenda, em Tomar, aconteceu o Comendatio Music Fest 2024. Pelo segundo ano consecutivo, a Rádio Universidade de Coimbra esteve presente, entrevistou a organização e algumas bandas portuguesas. Tudo para acompanhar nesta crónica
O segundo e último dia do Comendatio começou com uma energia renovada. O tempo estava bastante mais ameno que no ano anterior, proporcionando um alívio bem-vindo ao público que pernoitou no campismo proporcionado pela organização. A pacatez do local onde nos encontrávamos, rodeado por poucas habitações e alguma natureza, contrastava com a antecipação que permeava o ambiente. Enquanto esperávamos pela abertura das portas, aproveitamos para revisitar alguns dos locais que já tínhamos conhecido no ano passado.
Revenge Of The Fallen
Os concertos do segundo dia começaram com Revenge Of The Fallen, que assumiram o palco com uma presença cheia de energia. O concerto de abertura deste dia foi marcado por uma maior presença do público na hora de abertura, destacando-se um momento em que Cláudio Santos, vocalista desceu do palco e se dirigiu à plateia, cantando um dos últimos temas bem perto da nossa equipa. Além disso, os Revenge Of The Fallen incluíram neste concerto “Ilusão” um tema em português, algo raro nestes géneros musicais e que foi muito bem recebido pela plateia. Com riffs poderosos e uma seção rítmica implacável, apanágio das bandas que pisam o palco do Comendatio e vocais furiosos, Revenge Of The Fallen entregaram uma abertura interessante para o segundo dia. A energia no palco e a boa resposta do público definiram o tom para o que seria um dia repleto de boa música e bons momentos. Estivemos a conversa com Revenge Of The Fallen
Nowhere To Be Found
A seguir, foi a vez de Nowhere To Be Found subir ao palco, trazendo consigo uma combinação de instrumentais pesados e vozes limpas. Esta banda demonstrou um potencial significativo, com músicas bem estruturadas e performances técnicas competentes. No entanto, ficou claro que ainda há espaço para crescer. Nowhere to be Found é um projeto promissor, mas que precisa de mais estrada para aperfeiçoar sua presença em palco.Os seus temas, embora bem executados, poderiam beneficiar de uma maior maturidade e experiência ao vivo. A resposta do público foi positiva, mostrando que a base está sólida e que, com mais tempo e dedicação, a banda tem tudo para se afirmar no cenário musical português. A combinação de melodias cativantes e momentos de pura intensidade mostrou que o caminho está traçado, faltando apenas percorrê-lo com a mesma paixão que demonstraram no palco. Estivemos à conversa com Nowhere To Be Found
A nossa equipa perdeu o concerto de Fall At Dawn. As vicissitudes da vida marcaram-nos encontro com as pessoas que tão bem nos receberam no ano passado, e juntamente com outros amigos que fomos fazendo ao longo do festival, desde que começámos a acompanhar o evento, trocamos este ano a piscina por uma excelente sobremesa. Que nos perdoem os Fall At Dawn, mas a camaradagem e as boas conversas também fazem parte da essência deste festival, criando memórias que vão além dos palcos.
The Voynich Code
Depois da nossa lamentável falha, lá nos recompusemos e voltamos ao recinto para o concerto de The Voynich Code. A ferocidade dos seus instrumentais e os gritos poderosos colocaram o público em sentido, de uma forma positiva. O mosh pit transformou-se numa verdadeira arena de energia e intensidade, com fãs a entregarem-se de corpo e alma à música. Cada riff era um golpe certeiro, cada batida bastante rápida e recheada e breaks da bateria um convite à ação.
The Voynich Code não deixaram pedra sobre pedra, garantindo que todos no recinto sentissem a força e a brutalidade do seu som. Esta atuação marcou a transição perfeita para o fim de tarde e noite, elevando a adrenalina e preparando o terreno para os espetáculos finais que encerrariam este festival de forma a que quem lá esteve quisesse voltar para o ano. Estivemos à conversa com The Voynich Code.
https://www.ruc.pt/podcast/coberturas-ruc/entrevista-com-the-voynich-code-comendatio-music-fest-2024
Persefone
Chegaram depois os Persefone, uma banda veterana com mais de 20 anos de carreira e um currículo respeitável no mundo do metal. Desde o início do concerto, foi evidente a razão pela qual são tão respeitados. Embora Toni Mestre Coy, o baixista, tenha enfrentado alguns problemas técnicos iniciais, a banda não se deixou abalar. Com a presença poderosa de Daniel R. Flys, que se juntou ao projeto no ano passado, a banda manteve o público cativado.
Quando os problemas técnicos foram resolvidos, Persefone lançou-se numa performance impecável. O ponto alto do concerto foi quando Filipe Baldaia, com a sua guitarra nas mãos, se entregou ao mosh pit, levando a multidão ao delírio. A energia no palco era eletrizante, e a habilidade técnica dos músicos foi destaque a cada nota e cada acorde. A dedicação e paixão que emanavam de cada membro da banda transformaram o concerto numa experiência que deixou o público em êxtase.
Ne Obliviscaris
Com o pano quase a cair vieram os australianos Ne Obliviscaris. Estes mereciam que o seu concerto tivesse durado mais tempo, mas devido a problemas técnicos no início da sua atuação esta foi bastante curta para o espetáculo que apresentaram. O canto gutural de James Dorton, que entrava e saia do palco à medida que eram as partes em que o seu canto se fazia ouvir solenemente, com o violino e a voz limpa de Tim Charles sempre a contrastar. Tim Charles que se lançou para o público já no fim de uma atuação que merecia bastante mais tempo, pois a sua qualidade e o público pediam mais.
Textures
O concerto Textures marcou o seu regresso em força depois de um hiato desde 2017, apesar de ainda não terem lançado nenhum trabalho novo desde o seu regresso em 2023. Deram um excelente concerto como cabeças de cartaz no encerramento do Comendatio. No entanto, houve alguns problemas com o som, havendo alguns etalidos que se fizeram sentir durante todo o seu concerto. A banda dos Países Baixos ainda fez um encore sentada no palco em frente ao público, algo bastante apreciado por todos os presentes. A segunda parte do concerto foi de excelência, deixando todos ansiosos pelo seu regresso.
Abaixo todos os programas que A RUC dedicou ao Comendatio Music Fest 2024
https://www.ruc.pt/podcast/smoker/smoker-6-jun-2024-preview-comendatio-music-fest-1
https://www.ruc.pt/podcast/smoker/smoker-13-jun-2024-preview-comendatio-musica-fest-2
https://www.ruc.pt/podcast/smoker/smoker-20-jun-2024-rescaldo-comendatio-music-fest-2024