Carta Educativa de Coimbra gera acesa discussão em reunião de Câmara
Aprovada com os votos da maioria da coligação Juntos Somos Coimbra, a proposta mereceu voto contra da CDU e abstenção dos quatro vereadores do PS.
A necessidade do documento foi expressa em várias reuniões de Câmara ao longo do último ano por parte do Partido Socialista (PS). O novo documento elaborado pelos Serviços de Educação da Câmara Municipal e por uma equipa da Universidade de Coimbra “plasma a forma como o Município encara a educação atualmente e encara o seu futuro”, declara no texto Ana Cortez Vaz, vereadora da Educação da Câmara Municipal de Coimbra.
Na sessão a responsável pela educação do Município de Coimbra assinalou que a nível de procura educativa, se registou uma variação positiva das crianças matriculadas na educação pré-escolar e que se verifica “uma insuficiência de creches e de estabelecimentos de educação pré-escolar da rede pública, sobretudo no sector mais urbano”.
A vereadora também apresentou números para outros níveis de ensino da rede pública e privada.
Para a CDU devia ter-se “ido mais longe na discussão com a comunidade educativa, na discussão com a população de Coimbra, com os cidadãos de Coimbra”.
O vereador da Coligação Democrática Unitária, Francisco Queirós, mencionou como fundamental “a construção de novos estabelecimentos” e que “a adaptação e conservação dos atualmente existentes seja sempre acompanhada da instalação de parques infantis seguros, diversificados e adequados ao grupo etário”.
Francisco Queirós evidenciou as dificuldades com “inúmeros edifícios a necessitarem de intervenção” em que o investimento previsto de 116 milhões de euros “pode não chegar”. A situação do ensino artístico na cidade também foi abordada. Para o vereador da CDU “há que ampliar a capacidade de resposta da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra”.
Já a vereadora eleita pelo Partido Socialista, Rosa Isabel Cruz, acusou a maioria de “marginalizar” na discussão o Partido Socialista, “como partido natural de governação”.
Segundo a vereadora socialista “o PS deveria ter sido envolvido desde a primeira hora na construção da Carta Educativa”, justificando a abstenção dos vereadores eleitos pelo PS. Os socialistas consideraram o documento em análise, “uma carta educativa que traduz uma mera reorganização dos edifícios escolares, reproduzindo o modelo de há 20 anos, não trazendo qualquer inovação para Coimbra”.
Ana Cortez Vaz contestou as acusações de falta de participação, quer pela CDU, quer pelo PS. A vereadora da coligação Juntos Somos Coimbra, esclareceu ter chamado à discussão partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, presidentes de Junta e diretores e presidentes dos Conselhos Gerais das Escolas do concelho.
A Carta Educativa proposta prevê a manutenção de todas as escolas. Quanto às escolas com menos alunos o documento propõe a “monitorização no sentido de ir acompanhando de perto todas as dinâmicas dessas escolas”.
Estão previstas cerca de 65 intervenções que totalizam um investimento até 2030, de cerca de 116 milhões de euros. No horizonte, próximo a Câmara de Coimbra prevê intervenções em Ribeira de Frades, já consignada. A Escola da Conchada está prevista para setembro. Para algumas das intervenções está a ser procurado financiamento.
O documento vai agora ser enviado para o IGeFE- Instituto de Gestão Financeira da Educação e para a Assembleia Municipal de Coimbra. Pode ouvir todo o debate no ‘podcast’ do início do artigo.
Fotografia: APPE Almas de Freire