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Feira do Livro de Coimbra evocou escritora Sarah Beirão

Escritora e ativista, profundamente republicana, tabuense dedicou vida à escrita e luta por direitos das mulheres.

“Numa sociedade organizada conforme a natureza das coisas, a mulher será educada desde a infância com o mesmo objetivo que o homem: viver do seu trabalho”. Palavras da escritora proferidas no Ateneu Comercial do Porto, na conferência “A Mulher na actual civilização”.

Feminista, Sarah Beirão foi “uma seguidora de Ana Castro Osório”, contou à RUC Fátima Pais, ‘designer’ da Biblioteca Pública Municipal João Brandão de Tábua e investigadora da vida e obra da escritora.

Sarah Beirão estudou no Porto, e teve uma educação que poucas mulheres conseguiam ter ao tempo. Escreve sob pseudónimo masculino artigos para vários jornais e revistas.

Entre outros, escreveu no Diário de Notícias, Jornal da Mulher, Portugal Feminino, Modas e Bordados, o Século, Século Ilustrado, Diário de Lisboa, Comércio do Porto, Jornal de Notícias, Diário de Coimbra, Figueirense, Diário Português, Vida Carioca, O Primeiro de Janeiro, Alma Feminina e no Tabuense.

Segundo Fátima Pais, para além das questões feministas, a escritora antecipou lutas em defesa da melhoria das condições de vida de pessoas e animais.

Natural da vila de Tábua, Sarah Beirão, nasce em 30 de julho 1880. Casa com trinta anos com António da Costa Carvalho Júnior, em 1910 e morre a 21 de maio de 1974, também em Tábua. Na fase final da vida dedica-se aos cuidados da Fundação que criou com o marido.

Escreveu dezasseis livros, sendo dois de contos e dois para crianças, sendo os restantes romances. “Um Divórcio” de 1950 e “A Luta” de 1972 foram destacados pela investigadora Fátima Pais na sessão da Feira do Livro.

Sarah Beirão foi homenageada pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em 1938. A estrutura foi dissolvida mais tarde pelo Estado Novo. Fátima Pais adianta qual a investigação em curso sobre a escritora.

A 28 de outubro de 2010, nos 100 anos da Implantação da República, a Câmara Municipal de Lisboa recordou as mulheres republicanas que se destacaram na luta pelo fim da monarquia. Sarah Beirão foi um dos nomes constantes da lista de mulheres homenageadas.

A “evocação de Sarah Beirão no cinquentenário da sua morte”, no dia 19 de junho, no Auditório Luís de Camões, resultou da colaboração do GAAC – Grupo de Arqueologia e Arte do Centro com a Biblioteca Municipal João Brandão de Tábua. António Apolinário Lourenço, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, moderou a sessão.

Fonte de dados biográficos: investigação de Fátima Pais

 

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