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Investigadores da FEUC analisam resultados de NNS em contexto pandémico para avaliar a saúde da população a longo prazo

Professora da FEUC explica que o estudo abrange 28 países e enumera as categorias das NNS avaliadas, durante a pandemia covid-19. Para além da apresentação dos resultados, a investigadora revela quais são os próximos passos no desenvolvimento da investigação.

Investigadores do Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER) e professores na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) procuraram comparar as Necessidades Não Satisfeitas (NNS) da população do período entre julho e agosto de 2020 e o estado de saúde dos cidadãos em 2021. 

Carlota Quintal é umas das docentes que participou no estudo e revela que a oportunidade surgiu por existirem vários dados disponíveis acerca do inquérito Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (SHARE). Os dados encontram-se no artigo científico Unmet healthcare needs among the population aged 50+ and their association with health outcomes during the COVID-19 pandemic, publicado no European Journal of Ageing.

A investigadora esclarece que para avaliar as NNS, foi feito um questionário direto à população, que procurou analisar se houveram consultas canceladas, se a população deixou de comparecer em consultas por medo de ser infetada com covid-19, ou se serviços médicos foram procurados mas não foi obtida uma reposta. O ponto com maior número de respostas positivas foi o cancelamento de consultas ou tratamentos, abrangendo 1/4 das pessoas inquiridas.

O questionário inclui cidadãos de 28 países diferentes – englobando todos da União Europeia, exceto Irlanda, e incluindo Suíça e Israel – tendo registado um total de 50 mil pessoas.

Entre os resultados do estudo, Carlota Quintal destaca uma relação entre as pessoas com mais NNS e um aumento de uma autoavaliação negativa do estado de saúde dos cidadãos, a longo prazo. Também foi registado que as pessoas com necessidade de maiores cuidados de saúde continuaram a ser atendidas durante o período mais crítico da pandemia, apesar de ter sido registada uma maior mortalidade. Por exemplo, em 2021, os diagnósticos de cancro aumentaram pelo elevado número de diagnósticos feito no ano anterior.

A professora revela que um dos próximos passos vai ser continuar a analisar de uma forma mais aprofundada os casos de cancro, comparar a resposta dos vários países à covid-19 e usar os dados para perceber efeitos a curto, médio e longo prazo, das NNS em contexto não pandémico.  

 

Fotografia: Assessoria UC

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