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18.06.2024POR Mafalda Inácio

Lídia Jorge destaca a preservação da lírica camoniana na 45.ª edição da Feira do Livro

De olhos postos na herança cultural deixada por Luís de Camões e pela Revolução dos Cravos, Lídia Jorge mostra-se esperançosa quanto ao futuro da literatura nacional. Em conversa com a RUC, a escritora define a Feira do Livro como uma “festa” de celebração literária.

Entre livros, apresentações e espetáculos, a Feira do Livro de Coimbra toma lugar na Praça do Comércio até ao dia 23 de junho, na sua mais recente edição. Dispersa em quatro grandes pontos atrativos, além das habituais bancas de venda, o Auditório Luís de Camões, o Palco Liberdade, a Praça das Famílias e a Praça da Arte e da Criação recebem grandes nomes da cultura nacional diariamente.

No passado dia 15, a escritora portuguesa Lídia Jorge esteve presente num painel, ao lado de Mário Cláudio, António Carlos Cortez e Tom Farias, dinamizado pela Associação Portugal-Brasil 200 anos e pelo Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra. Em conversa com a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Lídia Jorge avança que os escritores da sua época habituaram-se a escrever sobre aquilo que viram e vivenciaram. 

À luz dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões e do cinquentenário do 25 de abril, temática que sustenta a 45.ª edição da Feira do Livro, a escritora defende que vem de uma “geração da liberdade”, devido ao facto de ter vivido “uma mudança tão profunda como (…) a democratização do final do século XX”. Enquanto cronistas do seu tempo, Lídia Jorge afirma que os escritores são cada vez mais capazes de elaborar um diálogo entre a escrita contemporânea e as obras camonianas.

Com um enfoque maior sobre a Revolução dos Cravos, Lídia Jorge conta, ao microfone da RUC, o impacto que o período revolucionário teve na sua vida, não só enquanto escritora, mas simultaneamente enquanto mulher. Para a própria, falamos de “Uma geração que tem (…) um cunho épico em si” e que, segundo a mesma, vive chefiada por um constante mote de esperança. 

Para a escritora de 78 anos, as feiras do livro são iniciativas que ajudam a preservar a cultura e a literatura nacional. Em conversa com a RUC, Lídia Jorge avança que esta “festa” não é apenas sobre os livros que se vendem, ou as atividades que são proporcionadas, mas sim sobre o encontro de pessoas e o “apadrinhamento simbólico” que se vivencia.

A Feira do Livro de Coimbra prolonga-se até ao dia 23 de junho, com uma programação rica em diversas iniciativas e dispersa em vários espaços da Baixa Coimbrã.

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