Transformação da Queima das Fitas em debate nos jardins da AAC
Debate marcado por críticas à Comissão Organizadora da Queima das Fitas. Serenata na Sé Velha foi tópico de discussão.
A FAN-Farra Académica de Coimbra promoveu um debate intitulado “Queima das Fitas- Transformação ou Descaracterização?”. Quatro oradores, antigos estudantes da Universidade de Coimbra, comentaram as diferenças sentidas na festa dos estudantes durante os últimos anos.
Bruno Ladeiro, membro da FAN-Farra nos anos 90, considera que o espírito da Queima das Fitas não tem uma definição própria. O também antigo membro da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), acredita que o espírito é aquilo que as pessoas acham que vale a pena manter vivo.
Quanto ao lucro proveniente da Queima das Fitas, Bruno Ladeiro considera que este é essencial para manter a academia viva. O ex-estudante comenta que sem o retorno das noites de parque muitas das secções da AAC não existiam ou não se conseguiam manter.
O ex-presidente da Secção de Fado (SF), Emanuel Nogueira, acredita que há um “binómio” na Queima das Fitas, separando-se na vertente tradicional e na parte financeira. A tradição tem vindo a ser desvalorizada, segundo o ex-estudante, especialmente por falta de atenção para com os eventos culturais por parte da Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF).
Emanuel Nogueira, defende a criação de uma Comissão para organizar os eventos culturais da semana da Queima das Fitas, afastando a COQF desse encargo.
Ricardo Salgado, antigo advogado da COQF e da AAC, destaca a descaracterização do Sarau, recordando que originalmente a maioria das estruturas da casa se apresentavam no evento. Ricardo Salgado, defende que o lucro não é indissociável dos eventos culturais.
O membro da Secção de Bilhar da AAC, reflete que não há uma descaracterização do evento, mas uma transformação por causa dos tempos.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva, considera que é fundamental que a Queima das Fitas mantenha a sua essência e tradicionalismo. As mudanças em algumas tradições refletem a sociedade atual, comenta o presidente.
José Manuel Silva, defende que a CMC esteve sempre do lado da segurança durante a discussão da serenata monumental na Sé Velha.
A questão da serenata monumental este ano foi debatida por todos os presentes, que acreditam que a segurança é uma prioridade. Os convidados acrescentam que este evento é fulcral, seja em que local for, porque é o verdadeiro arranque da Queima das Fitas.