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23.05.2024POR Isabel Simões

Junta de Brasfemes gostaria de ver central fotovoltaica afastada da Serra do Ilhastro

Presidente da Junta de Brasfemes considera que localização de central solar fere legislação. O autarca preferia vê-la localizada em terrenos que não afetassem paisagem, fauna e flora da serra. Junta deu parecer desfavorável. 

Maioria que governa a Câmara Municipal de Coimbra, na Reunião de Câmara de dia 13 de maio, considerou que a instalação de uma central fotovoltaica em terrenos situados na União de Freguesias de Souselas e Botão e na Freguesia de Brasfemes, “não acarreta prejuízos inaceitáveis para o ordenamento e desenvolvimento local”. Vereador da CDU e os quatro vereadores do PS votaram contra.

A RUC ouviu o presidente da Freguesia de Brasfemes, João Paulo Marques. O autarca preferia que a central ocupasse os telhados da Cimpor, cimenteira que propõe a central, ou mesmo os telhados da freguesia em vez da Serra do Ilhastro. Em alternativa, sugere uma zona de pinheiros e eucaliptos onde a central fotovoltaica poderia ser instalada.

Coube a Hernâni Caniço, vereador socialista, a defesa do voto contra da bancada com vasta explanação de argumentos técnicos. O vereador socialista concluiu a intervenção defendendo a “rejeição da proposta” ou, em alternativa, a “remoção” da mesma “da ordem de trabalhos” acompanhada da solicitação à Universidade de Coimbra de estudo científico com “especial incidência na Serra de Brasfemes-Alhastro” (ou serra de Ilhastro).

Durante a reunião do executivo camarário, a vereadora responsável pelo Planeamento Territorial, Cadastro Municipal, Solos e Informação Geográfica, Ana Bastos, informou, não ter pareceres de entidades como a APA, ICNF e CCDRC que sirvam de base legal a indeferimento.

“Os pareceres são favoráveis” embora “condicionados a medidas mitigadoras”, esclareceu a vereadora em resposta à intervenção do vereador do PS.

Enquanto o presidente da União de Freguesias de Souselas e Botão, Rui Soares, deu parecer positivo à construção da central fotovoltaica proposta pela Cimpor, o presidente da Junta de Brasfemes invoca diretiva europeia mapeada em lei nacional para justificar parecer negativo.

A área que vai ser ocupada na freguesia de Brasfemes é, segundo o presidente da junta, “uma área que diz muito à população”, pois era extraída ali a pedra utilizada pelos canteiros da região. Além disso, o espaço a ser ocupado pela futura central tem lugar privilegiado na memória dos fregueses por ser um local de brincadeiras de há 55 ou 60 anos.

Resolvida que está a colisão da central com a rota das orquídeas, ainda assim João Paulo Marques deixa um apelo a todos os que queiram ajudar a freguesia de Brasfemes a defender a sua posição.

Este é um assunto que a RUC vai desenvolver em futuro bloco noticioso com uma reportagem em que vai dar voz a diferentes intervenientes no processo.

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