Futuro da democracia e papel dos jovens em discussão para celebrar o Dia da Europa

O Laboratório Chimico da Universidade de Coimbra (UC) acolheu a discussão “Europa: Problemas e Desafios”, organizada pela Associação Académica de Coimbra (AAC),pela Eramus Student Network (ESN) e pela Universiade de Coimbra (UC), para comemorar o Dia da Europa, durante a manhã desta quinta-feira. A sessão, que está incluída na 29ª edição das Conversas da Casa da Lusofonia, contou com os oradores João Nuno Calvão da Silva, Álvaro Beleza, Pedro Benevides, Pedro Almeida e Renato Daniel.

João Nuno Calvão da Silva, Vice-Reitor para as Relações Externas e Alumni da UC fez o discurso de abertura, onde enumerou os pilares para a criação da União Europeia (UE) e a necessidade de lutar pela democracia na Europa. O professor destacou os pontos positivos alcançados pela comunidade europeia nos últimos anos, como a manutenção da paz, mas admitiu que a globalização “falhou”, mencionando as desigualdades económicas e sociais, o aumento das migrações e o crescimento de políticas populistas. O Vice-Reitor destacou o papel do ensino superior na promoção das questões europeias aos jovens.

Álvaro Beleza, presidente da SEDES, citou autores como Platão e Aristóteles, para explicar a situação de conflito na Europa e salientou a importância da leitura dos clássicos para a compreensão dos problemas atuais. Falou sobre o avanço europeu nas questões ambientais, e do papel dos imigrantes para o crescimento económico e no combate do inverno demográfico. O responsável ressaltou a necessidade de aumentar o poder militar da UE para prevenção de conflitos e aumento da segurança dos cidadãos. Aos estudantes, o presidente da SEDES deixa uma mensagem de incentivo à internacionalização e contacto com outras culturas.

Jornalista na TVI e na CNN, Pedro Benevides partilhou a sua experiência enquanto repórter em Bruxelas, durante as primeiras semanas do início da Guerra da Ucrânia. Afirma ter presenciado uma UE com representantes que procuraram ouvir e chegar a todos os países durante o período mais crítico do conflito. O também escritor para o jornal Observador falou ainda sobre a importância de preservar o direito da liberdade de expressão e o papel da sua profissão enquanto aquilo que chamou “guardião da democracia”. A nível mais pessoal, partilhou a ideia paradoxal de que a Europa ganha mais destaque em tempos de crise, altura de união entre os cidadãos para combater os problemas, apesar de um dos pilares centrais da UE ser a promoção da paz. Com o fenómeno da desinformação a alastrar nas redes sociais, o jornalista deixa uma mensagem aos mais novos.

Após as intervenções finais de Pedro Almeida, responsável pelo ESN, e Renato Daniel, presidente da Direção-Geral da AAC, houve tempo para debate com o público e espaço para perguntas.

Foto: RUC