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FEUC e FLUC juntam-se para falar de Europa

“Uma Europa que se sente cada vez mais interpelada e que tem tido dificuldade de se imaginar como uma Europa de Futuro”, palavras do diretor da FEUC, José Manuel Mendes, na conferência coorganizada com a FLUC.

A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) acolheu hoje uma conferência onde se falou de Europa e se comemorou os 50 anos do 25 de Abril. Marina Costa Lobo proferiu a conferência “Eleições Europeias:contexto e perspetivas para 2024”.

Na sessão, José Manuel Mendes, diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), admitiu haver provincialização da Europa. A perceção surgiu depois de um trabalho de campo na Índia, sublinhou o também investigador do Centro de Estudos Sociais.

O responsável da FEUC reconheceu, durante a sua intervenção, a importância da FLUC disponibilizar o Curso de Estudos Europeus. José Manuel Mendes enfatizou também a dinâmica dos estudos na instituição que tutela. O novo diretor da FEUC dá relevância ao núcleo de relações internacionais da instituição.

No entendimento de Marina Costa Lobo, oradora convidada para a sessão comemorativa do Dia da Europa, a União Europeia é um processo em que o Parlamento Europeu desempenha “um papel muito importante na caminhada de democratização”.

Segundo Marina Costa Lobo, a União Europeia é uma parceria económica e política “que não existe em parte nenhuma do mundo”. Tudo começou com a União do Carvão e do Aço após a declaração de Shuman em 1950. Carvão e aço eram então “indústrias fundamentais para o armamento”. A integração das duas indústrias foi fundamental para assegurar a paz.

Hoje são 27, os países europeus que procuram harmonizar as políticas nacionais com as diretivas da União Europeia. Aquilo que se tem verificado desde o início é um aprofundamento das supranacionalização das políticas públicas, afirma a oradora.

Para a docente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o avanço da integração Europeia tem sido feito com base nos tratados. Marina Costa Lobo considera que em todo o processo de consolidação da União Europeia, os tratados têm sido fundamentais para definir os limites e o alcance da supranacionalização das políticas.

A oradora explicou que alguns dos fundadores da União Europeia tinham como objetivo a consolidação da paz e por isso começaram pela integração económica.

Em 1954 foi tentada a integração da política externa e da política de defesa e não se conseguiu, lembrou a oradora. No início da União do Carvão e do Aço os fundadores já se dividiam entre os que defendiam uma Federação Europeia e os que queriam defender o Estado Nação Europeu, acentuou a convidada.

Fotografia: FLUC

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