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Escola da Noite estreia “Casa Tomada”, “um grande poema” sobre refugiados

A peça convida o público à “empatia” pelo outro. Dramaturgia dá conta de incertezas e “despojamento” motivados pela guerra quando força povos a abandonar conforto da paz.

Inspirada num conto do argentino Julio Cortázar, a peça aborda vidas de gente refugiada que deambula no tempo por casas abandonadas ou nos campos, deixando para trás objetos, sons e fotografias que lembram momentos felizes.

Com encenação de Silvana Garcia, a peça estreia esta quinta-feira, dia 2 de maio, no Teatro da Cerca de São Bernardo às 19 horas. A primeira visita d’A Escola da Noite à dramaturgia de Julio Cortázar, foi proposta da encenadora.

“Uma inquietação” muito presente nas guerras, com pessoas a serem deslocadas e a quem apelidamos refugiados ou expatriados.

Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash representam personagens a que chegaram depois de uma reflexão coletiva sobre a realidade desses refugiados, seres humanos anónimos, que vemos diariamente na televisão.

“Abrir um lugar de empatia para com essas pessoas”, foi uma das motivações para a escolha do texto, esclarece Silvana Garcia.

No processo de construção da peça houve que tentar entender quem são os refugiados. Segundo a encenadora, “um trabalho de pesquisa, de leitura, de ir buscar depoimentos” e, ao mesmo tempo, “tentar encontrar elementos que pudessem ser pessoais para elaborar o sentido de perda”, presente no conto de Julio Cortázar.

No início, iam fazer parte da peça alguns poemas. Por sugestão de Silvana Garcia foram mantidos, mas numa instalação, como preâmbulo para o espetáculo. Quando o público chega encontra um conjunto de “Malas Poéticas” que constituem uma espécie de sala onde se escutam palavras poéticas.

A cenografia, os figurinos e os adereços são da responsabilidade de Rachel Caiano. Luís Pedro Madeira é responsável pela música original e pelo ambiente sonoro.

Do núcleo de criação de “Casa Tomada” fazem também parte os elementos d’A Escola da Noite Danilo Pinto na luz, Zé Diogo no som e Eduardo Pinto responsável pela instalação de vídeo com que o espetador é confrontado no final do espetáculo.

A peça vai estar em cena de 2 a 26 de maio, à quinta-feira, às 19h00, sexta e sábado, às 21h30 e nos domingos, às 16h00. Dias 10 (sexta) e 19 de maio (domingo), contam com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

Pode ouvir a conversa com Silvana Garcia no ‘podcast’ do início do artigo.

Fotografia: Casa Tomada © Eduardo Pinto

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