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Aumentou o número de pessoas sem-abrigo em Coimbra face a 2022

Em 2023, Coimbra viu crescer o número de pessoas sem alojamento. Vereadora com o pelouro da ação social vê a solução na cooperação entre instituições.

Durante a reunião semanal da Câmara Municipal de Coimbra, realizada ontem, foi apresentado o relatório de 2023 do Núcleo de Planeamento e Intervenção em Sem-Abrigo de Coimbra (NPISA/C), que indicou que o número de pessoas desalojadas na cidade aumentou 77% em comparação ao ano anterior.

Uma pequena percentagem destes números está ligada à insuficiência de oferta habitacional e à subida de cerca de 33% no valor das rendas. Em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), a vereadora com o pelouro da ação social, Ana Cortez Vaz, aponta outras causas para a problemática, como a ausência de suporte familiar, problemas de saúde mental e situações de jovens que abandonam as instituições de apoio social, quando atingem a maioridade.

A vereadora informa que existem alternativas habitacionais nos centros de emergência e as pessoas assinaladas como “sem casa” estão a pernoitar nestes acolhimentos. Ana Cortez Vaz afirma ainda que a solução passa por um trabalho conjunto entre todas as instituições que trabalham com estas pessoas.

Segunda a vereadora, há uma dificuldade acrescida em trabalhar com sem-abrigos devido a adições associadas. Ana Cortez Vaz explica que cerca de 71% das pessoas em situação de sem-abrigo têm entre 45 e 74 anos, e que o vício é muito difícil de ultrapassar nestas idades.

Ana Cortez Vaz observa que a alteração do estado mental das pessoas em situação de sem-abrigo é o principal motivo da falta de adesão às ajudas disponíveis. A vereadora considera que a mudança da localização do Centro de Reforço Solidário de Coimbra (CRESC) – entidade que dá apoio aos desalojados – não está ligada ao aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo e os utilizadores que têm “medo” e “vergonha” da sua situação sentem-se mais confortáveis neste novo local.

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