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“UC à Lupa” retrata a realidade pedagógica dos estudantes

Livro retrata a realidade dos estudantes com base nas respostas dos Núcleos de Estudantes. Apesar de uma melhoria em diversas áreas, ainda têm de ser tratadas as questões da taxa de endogamia académica e da contratação do corpo docente.

No passado dia 15 de abril, decorreu a apresentação do “UC À LUPA”, um livro que expõe a vida dos estudantes na Universidade de Coimbra em termos pedagógicos. Este engloba várias características como métodos de ensino, métodos de avaliação, infraestruturas e o panorama da Universidade. Para este estudo contribuíram os 25 Núcleos de Estudantes que deram a conhecer a sua visão da realidade dos departamentos em que estão inseridos.

A última edição tinha sido feita em 2019 e está dividida em seis capítulos: ensino e métodos de avaliação, infraestruturas, ciência e investigação, empregabilidade e mobilidade, organização administrativa e apoio ao estudante, e a acreditação dos cursos.

Desde 2019, a avaliação dos Núcleos de Estudantes relativamente à qualidade pedagógica passou de 3 em 5 para 4 em 5. A participação dos estudantes na influência na decisão do método preferencial por parte das universidades aumentou também para 48%. E ainda, 80% dos estudantes consideram que a ação social é uma prioridade para a Universidade, sendo a mesma declarada como uma das melhores do país nesse aspeto.

Em relação à participação estudantil, Renato Daniel, presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), pretende a revisão do documento do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) para garantir uma maior participação dos estudantes nos órgãos do governo.

No entanto, o representante acha que ainda há alguns aspetos a serem tratados tais como a endogamia académica, que é de 78%, o que contrasta com a da Universidade NOVA em Lisboa.

No relatório apresentado, a faculdade que apresenta maiores dificuldades para os estudantes é a Faculdade de Direito. Estes problemas vão desde o corpo docente à mobilidade reduzida. A taxa de endogamia académica desta faculdade é de 100%. Segundo Renato Daniel, é necessário um investimento na contratação de novos docentes e importação de conhecimento estrangeiro de forma a inovar os métodos pedagógicos.

De acordo com o dirigente, o problema do corpo docente só vai ser resolvido daqui a 10 anos quando os professores mais antigos da Universidade de Coimbra deixarem a faculdade e quando houver alterações na política de contratação da mesma. Apesar das áreas da ciência da vida já estarem a contratar docentes estrangeiros, Renato Daniel quer aplicar este método nos restantes cursos.

Ainda não foram atualizados os dados relativos ao envelhecimento do corpo docente para que se resolva a questão da endogamia académica e o problema da contratação docente.

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