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ABIC pronuncia-se sobre o Ministério da Educação: “Estamos de acordo com os estudantes”

Em comunicado, a associação deu o seu parecer sobre o novo formato do Ministério da Educação, que engloba agora a pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A precariedade a que os investigadores são sujeitos, a lentidão de processos e a fraca atenção às diferentes necessidades dos setores são as principais críticas da ABIC.

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) pronunciou-se no passado sábado, dia 30, face ao mais recente anúncio da composição do XXIV Governo Constitucional, em particular à fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o Ministério da Educação.

Em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Sofia Lisboa, vice-presidente da associação, defende que é necessário realizar reformas fulcrais nos setores educativos, científicos e tecnológicos. Para que tal seja possível, a atenção ao ensino superior e à ciência tem de ser reforçada de várias formas, afirma a vice-presidente.

Sofia Lisboa explica que a tomada de posse do PSD trouxe consigo mudanças significativas e comenta que este pode vir a ser um período de instabilidade governativa. A vice-presidente da ABIC avança que uma das maiores consequências da fusão dos dois ministérios é a demora patente aos processos de criação e aprovação de propostas. Segundo a própria, esta morosidade não será capaz de resolver os problemas presentes no Ensino a nível nacional.

No âmbito da ciência e da tecnologia, Sofia Lisboa expõe uma das maiores problemáticas da área – a precariedade – e afirma que cerca de 90% dos investigadores estão, atualmente, sujeitos a condições degradantes. Para a vice-presidente, existe, ainda, um atraso significativo neste setor que é “um pilar do desenvolvimento do país”.

A representante da ABIC aproveita, também, para mencionar a ação estudantil pela causa e reflete sobre o apelo das Associações Académicas, na busca pelo impedimento da fusão dos ministérios. Sofia Lisboa defende que os estudantes vão estar à altura de lutar frente aos problemas que assolam a educação, o ensino superior e a ciência.

Segundo a vice-presidente, a consolidação destas áreas numa só tutela traz consequências significativas para todos os setores, devido à dimensão das matérias. Em comunicado, a ABIC declara que a junção dos dois ministérios desmerece a complexidade dos assuntos e afirma que o “sinal político de desvalorização destas áreas ao juntá-las numa única tutela é inquestionável”.

Fotografia: ABIC

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