Estudo testa óleos essenciais na prevenção do crescimento de microalgas em monumentos
Aluno da Lodz University of Technology colaborou com grupo de investigadores da Universidade de Coimbra para testar os efeitos de óleos essenciais na prevenção e eliminação do crescimento de microalgas em superfícies. Questões ambientais são mote para redução da libertação de substâncias tóxicas para o ambiente.
O estudante de doutoramento Michal Komar juntou-se a um grupo de investigadores do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Universidade de Coimbra (UC) para estudar os aspetos de degradação do património cultural causado pela ação de micro-organismos. Com a orientação do professor Nuno Mesquita, investigador na mesma instituição, o aluno polaco testou a eficácia dos óleos essenciais na prevenção e crescimento de microalgas, fungos e bactérias, em materiais como pedra, papel e pergaminho.
Segundo o investigador e orientador, as microalgas podem ser terrestres e são elas as responsáveis por deixar verdes as fachadas dos edifícios. Correspondem ao grupo de colonizadores primários que servem de alimento para os fungos, formando uma sucessão ecológica de diferentes micro-organismos. Para combater os agentes invasores, foram criados componentes que podem ser tóxicos para o ambiente.
Nuno Mesquita revela que no estudo se analisa a eficácia dos componentes presentes nos diferentes óleos essenciais. Alguns deles foram extraídos de plantas por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e outros podem ser adquiridos através de empresas farmacêuticas. Como não se trata de um principio ativo puro, é apenas um pequeno grupo de compostos que auxilia no combate aos micro-organismos.
Outro dos pontos de investigação é a comparação entre a eficácia dos compostos mais tóxicos e dos óleos essenciais num determinado período de tempo. O investigador do DCV aponta como principal objetivo a diminuição da libertação de substâncias químicas perigosas para o ambiente, mesmo que isso implique uma diminuição no intervalo entre as aplicações.
A temperatura é um tópico que ainda vai ser estudado, mas o professor explica que cada composto reage de maneiras diferentes em função deste fator. Em regra, a temperatura influencia a velocidade do crescimento dos micro-organismos e a volatilidade dos compostos pode ficar comprometida com o seu aumento.
Nuno Mesquita apresenta como próximo passo o estudo da forma de aplicação dos compostos nas superfícies, que pode ser direta ou associada a outras substâncias, por exemplo, a através da inclusão dos componentes em materiais como tintas e argamassas.
Fotografia: Universidade de Coimbra