AAC apela à criação do Dia do Estudante Internacional
A Associação Académica de Coimbra apresentou, em forma de petição, a proposta de estabelecer o dia 10 de março como o Dia do Estudante Internacional. A sensibilização e a visibilidade para as problemáticas vivenciadas por estes alunos são a força motriz da iniciativa.
Aos olhos da Academia, a internacionalização no Ensino Superior em Portugal é uma temática que deve ser tida em consideração e analisada em pormenor. No passado dia 25 de março, a Associação Académica de Coimbra (AAC), por meio de uma petição, propôs à Assembleia da República a celebração do Dia do Estudante Internacional, a 10 de março. A escolha da data prende-se com a publicação do Decreto-Lei nº 36/2014, no Diário da República, que visa regular o estatuto de estudante internacional.
Em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Sofia Duarte, vice-presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), explica que embora esta ideia tenha surgido no seio da AAC, existe a vontade imediata de transpor a proposta ao meio académico nacional, de forma a tornar a causa da internacionalização numa preocupação de todas as associações estudantis do país.
De acordo com a vice-presidente, a proposta já tem raízes no mandato anterior e tem por objetivo maior sensibilizar a comunidade para os desafios com os quais estes estudantes se defrontam diariamente. Entre as grandes preocupações vivenciadas pelos estudantes internacionais, Sofia Duarte destaca a evidente discrepância relativa ao valor das propinas e a necessidade de, por esse motivo, procurarem um trabalho para amenizar as despesas. Menciona, ainda, a precariedade do mercado de trabalho e assinala o preconceito ao qual os estudantes internacionais são expostos diariamente.
A dirigente reflete, também, sobre a taxa de desistência internacional no Ensino Superior Português e aproveita para mencionar o baixo rendimento académico, muitas vezes relacionado com “a chegada a um país desconhecido”. Entre os estudantes internacionais nota-se, ainda, uma taxa de problemas na área da saúde mental acentuada, como avança Sofia Duarte.
A Associação Académica de Coimbra procura ter uma função fulcral na luta pela defesa dos direitos dos estudantes internacionais. Segundo a vice-presidente da DG/AAC, a Académica tem tido um papel muito ativo nos últimos tempos, ao passo que se gere em paralelo com o Conselho Internacional, onde se unem todas as associações estudantis representativas.
Num âmbito mais burocrático, Sofia Duarte afirma que a proposta de petição à Assembleia da República tem sido bem recebida entre os estudantes. Afirma, ainda, que este é um trabalho de divulgação e que a AAC tem intenções de intensificar este processo através de trabalho terreno em todas as faculdades e departamentos da Universidade de Coimbra.
O período de recolha de assinaturas decorrerá durante três meses e a petição pode ser preenchida através do link disponível no site oficial da AAC.
Imagem: AAC