Associação Académica de Coimbra quer “dar voz” à juventude europeia

Considerando que a Europa “não está bem” e que os próximos deputados europeus devem ter em conta as preocupações dos jovens, a Associação Académica de Coimbra (AAC) apresentou no último sábado, dia 23 de março, a moção “Pelo Estudante. Pela Europa” na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Após discussão e aprovação em Assembleia Magna, a moção será apresentada às forças políticas que concorrerem às próximas Eleições Europeias.

A criação do Estatuto Europeu do Estudante do Ensino Superior, é uma das medidas propostas. Com esse objetivo a AAC propõe a a elaboração de um Livro Verde que “funcionaria como motor” entre universidades europeias e associações académicas da Europa. O documento será “um catalisador da mudança”, na opinião de José Carlos Machado, coordenador-Geral da Área Política da AAC.

O responsável adianta alguns desafios que Bolonha colocou e que o diploma procurará resolver.

“Bolonha é um projeto inacabado”, afirma o coordenador-Geral da Área Política da AAC. O responsável lembra o espírito inicial de Bolonha e considera importante a concretização do Diploma Único Europeu que facilitará questões de mobilidade e de relação entre universidades europeias.

A habitação no Ensino Superior é tema que preocupa os estudantes portugueses. A AAC entende que faz sentido levar a questão aos parceiros europeus e aposta num mecanismo que define “linhas orientadoras” e “objetivos a cumprir”.

Com a criação da Rede Europeia de Apoio Psicológico Universitário, será possível debelar “cicatrizes” deixadas pela pandemia. Ao ser implementada por uma diretiva, permitirá ajudar a minimizar problemas como o abandono escolar e outros de foro psicológico.

José Carlos Machado lembra causas de morte nos jovens que justificam, do ponto de vista da AAC, medidas europeias na saúde mental.

Em novembro, a AAC apresentou a necessidade de ser criado um Conselho Europeu da Juventude. Entretanto remodelou a proposta e preconiza agora a criação de um Comité Europeu da Juventude como forma de aprofundar a participação dos mais jovens na tomada de decisão. Segundo José Carlos Machado, à semelhança do Comité das Regiões e do Comité Económico e Social Europeu, o comité terá de vir consagrado num tratado.

A última revisão de um tratado na União Europeia aconteceu em 2007 com o Tratado de Lisboa.

A moção “Pelo estudante. Pela Europa” tem como missão última “dar voz à juventude” e aproximar os jovens da sua cidadania europeia. Após ser debatida e aprovada em Assembleia Magna será também apresentada, sob a forma de petição, às Instituições Europeias.

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