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AD ganha no país, mas não em Coimbra. Deputados perdidos pelo PS no distrito vão para o Chega

Noite termina com Luís Montenegro a cantar vitória e a querer formar governo. Resultados em Coimbra ditam queda do PS, que, mesmo assim, continua a ser o partido mais votado do distrito.

Foi pouco depois da emissão em direto da RUC terminar que se soube o resultado da freguesia de Algueirão Mem-Martins – a última que faltava para conhecer a distribuição dos 226 deputados eleitos na noite deste domingo (faltam ainda conhecer os quatro nomes eleitos pelos círculos da Europa e de Fora da Europa). Os resultados acabaram por não ser tão claros como pareciam à partida, mas a vitória acabou por sorrir à direita, proclamada ao fim da noite por Luís Montenegro.

Em primeiro terminam os partidos da Aliança Democrática (na ilha da Madeira a coligação PSD/CDS concorria contra o PPM), que elegeram 79 deputados (77 do PSD, 2 do CDS). O PS, em segundo, arrecadou quase 29% dos votos, o que se traduziu na eleição de 77 deputados (os mesmos que o PSD). O Chega foi o que mais cresceu, quadriplicando o grupo parlamentar – de 12, passa a estar representado por 48 deputados na Assembleia da República. Apesar do crescimento no número de votos nos três partidos, IL (8), BE (5) e PAN (1) continuam com o mesmo número de deputados cada, sendo que, à semelhança do Chega, o Livre também conseguiu quadriplicar o grupo parlamentar (passa de um para quatro deputados), enquanto a CDU perdeu a representação por Beja e viu cair um dos lugares que tinha por Setúbal, garantindo assim a eleição de quatro deputados.

Gráfico retirado do site do Ministério da Administração Interna

Distribuição do distrito de Coimbra altera-se abruptamente. Do 6 (PS) – 3 (PSD) ao 4 (PS) – 3 (AD) – 2 (CH)

Nas eleições de 2022, a diferença entre o PS e os partidos da AD (que na altura não concorriam coligados) era esmagadora – mais de 30.000 votos que se traduziram na eleição de seis deputados do Partido Socialista contra os três do Partido Social-Democrata. Hoje, as contas são diferentes: apenas 5.067 votos separam as duas forças políticas. Se, no último ato eleitoral, PS e PSD juntos arrecadavam os 9 mandatos do distrito (note-se que, somando as votações de ambos os partidos, apenas se perdem cerca de 12.000 votos), este domingo Chega ganhou força e conseguiu garantir a eleição de dois deputados. À exceção da CDU, que perdeu menos de 500 votos, todos os outros partidos cresceram no distrito.

Gráfico retirado do site do Ministério da Administração Interna

Dos 16 concelhos do círculo eleitoral, a Aliança Democrática venceu apenas em Cantanhede, Oliveira do Hospital, Vila Nova de Poiares, Mira, Tábua e Penela. Na capital de distrito, o PS venceu por quase três mil votos, embora no coração de Coimbra (União de Freguesias de Coimbra e Santo António dos Olivais) a AD tenha conseguido arrecadar mais votos. O distrito de Coimbra foi o segundo no qual o Chega conseguiu uma votação menos expressiva em todo o país.

Pelo círculo eleitoral de Coimbra foram eleitos Ana Abrunhosa, Pedro Coimbra, Ricardo Lino e Raquel Ferreira (PS), Rita Júdice, Maurício Marques e Martim Syder (AD) e António Pinto Pereira e Eliseu Neves (Chega).

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