Rita Júdice:“A saída dos jovens qualificados foi uma das razões pelas quais decidi avançar para a política”
As preocupações com a emigração de jovens qualificados, a falta de habitação estudantil, os transportes e a mobilidade foram tema da entrevista com a cabeça de lista pela Aliança Democrática ao Círculo Eleitoral de Coimbra, Rita Júdice.
A poucos dias das eleições legislativas, a Rádio Universidade Coimbra recebeu mais um dos cabeças de lista que concorre pelo círculo eleitoral de Coimbra. Rita Júdice, representante da Aliança Democrática (AD), esteve nos estúdios da RUC para esclarecer algumas propostas apresentadas pelo seu partido.
Os custos de contexto de um estudante universitário vão muito para além das propinas. A habitação, o arrendamento estudantil tem subido no último ano e Coimbra não é exceção. Isso mesmo, diz Rita Júdice ter ouvido da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) quando da visita às instalações da AAC.
Segundo uma estimativa do Observatório de Imigração, cerca de um em cada três jovens que nasceram em Portugal deixaram o país e residem atualmente noutros países, nomeadamente na Europa.
“A emigração jovem é tema que me preocupa muitíssimo”
A candidata Acabou também por aceitar este desafio de se candidatar como independente, para “dar algum contributo”. O tema da emigração jovem é tema que a “preocupa muitíssimo”.
Rita Júdice considera que a emigração aconteceu em “há alturas difíceis” que Portugal atravessou, mas lamenta que aconteça agora “num período de suposto grande crescimento e de grande abundância financeira, com grandes apoios da União Europeia”.
Para a candidata da Aliança Democrática (AD) “há muitos jovens que saem porque não veem esperança em Portugal”. “Deixaram de acreditar no potencial que o país tem, porque infelizmente, com a idade que têm, a memória que têm do país é uma memória de tempos difíceis”, esclarece.
“É preciso dar esperança aos jovens”
O que AD preconiza para combater o abandono do país pelos jovens passa pelo “crescimento económico”. Lembra a necessidade de “dar alguma folga às empresas” e também aos jovens para que estes se possam fixar no país. Medidas como o IRS jovem, apoios à compra da primeira casa, são remendadas pela candidata.
Salienta a importância dar “esperança aos jovens” e de fazer-lhes sentir “que há alternativa e o país não tem que ser o que tem sido nos últimos oito anos”.
A mobilidade dentro da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra é uma das condicionantes do território do Círculo Eleitoral de Coimbra. A candidata reforça a prioridade da ligação Coimbra Viseu e defende a reformulação do IP3, para poder ter um traçado duplo em toda a sua extensão. Lembra também que o compromisso, já foi assumido por Luís Montenegro.
“Coimbra é um sítio central e pode potenciar essa sua centralidade”
Rita Júdice alega que “Coimbra tem efetivamente ficado um pouco para trás nas escolhas e nas opções que foram feitas ao longo desta última década no que respeita a redes viárias”.
Quanto à Rede de Alta Velocidade, Rita Júdice realça a importância do TGV para a cidade de Coimbra. “Nós gostaríamos muito que Coimbra pudesse assumir uma nova centralidade no país pela sua localização estratégica”, disse. Para a cabeça de lista da AD, se tiver bons acessos, o TGV vai desempenhar um ponto importante nessa dinâmica.
No encontro de autarcas que a AD realizou em Coimbra, uma das queixas ouvida foi como a descentralização de competências foi feita em algumas áreas, em especial na área da educação e da ação social. Segundo os autarcas presentes, a descentralização não foi acompanhado do ponto de vista dos autarcas do pacote financeiro.
A candidata da AD reafirma que a “descentralização é o caminho” e a AD, no seu programa, reafirma esse compromisso, mas também ”com uma descentralização acompanhada dos meios que são necessários”.
A entrevista passou ainda pela legislação do arrendamento urbano, pelas necessidades no campo da justiça e pela investigação científica.
Pode ouvir a entrevista no link acima ou através do nosso Spotify.