“antiAquário”, coprodução da Cem Palcos, Escola da Noite e Teatro do Montemuro estreia em Coimbra
Sandro William Junqueira escreveu o texto que é ao mesmo tempo um policial. Os atores vão estar numa espécie de aquário, rodeados de público em cena.
A estreia da coprodução subiu a palco esta quinta-feira, às 19 horas, no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB), em Coimbra. A coprodução acontece no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.
Limitado o espaço a 70 pessoas e a representação de apenas quatro sessões na cidade, leva o produtor da Escola da Noite, Pedro Rodrigues, a apelar a que o público se apresse a reservar bilhete para assistir ao espetáculo.
A ideia para a peça surgiu de um desafio lançado ao autor Sandro William Junqueira pela Cem Palcos e pelo Teatro do Montemuro. O Teatro do Montemuro trabalha “textos originais” e “desta vez quis fugir da ruralidade”. A escolha da Cem Palcos de Viseu, “foi uma escolha natural”, esclarece Eduardo Correia, diretor artístico da Teatro do Montemuro.
O texto aborda a vida de uma loja de antiguidades que definha e em que dois sócios muito diferentes tentam salvar o negócio. Eduardo Correia, explica o processo de criação.
A vontade de juntar as duas estruturas vingou. “antiAquário” será a primeira estreia fora do concelho de Viseu para a Cem Palcos. O desafio dado ao Sandro Junqueira para criar um texto desembocou num “policial disfarçado de peca de teatro”, revela Filipa Fróis, atriz da Cem Palcos.
Filipa Fróis, anuncia que o público é convidado a interagir “com os atores”, à semelhança do que já aconteceu em peças anteriores produzidas pela companhia. Enquanto o público é convidado a fazer de júri, os atores “estão expostos como se fossem presos” numa redoma de vidro. A peça “além se ser um policial convida a refletir sobre esta sociedade de cansaço em que vivemos”.
A peça estreou em Coimbra no TCSB e mantêm-se em cartaz até ao próximo domingo. A “cumplicidade” entre a Escola da Noite e o Teatro do Montemuro fez com que as das companhias tenham vivido “lado a lado” e de “mãos dadas”, ao logo de anos, conta Pedro Rodrigues.
Em 1997 estava a Escola da Noite no Pátio da Inquisição, quando acolheu a primeira produção das três primeiras criações, enquanto estrutura profissional do Teatro do Montemuro.
Segundo Pedro Rodrigues, “antiAquário” é o 20.º espetáculo em que a Escola da Noite acolhe a companhia da aldeia de Campo Benfeito. Já a Cem Palcos estreia no TCSB.
Fotografia: Isabel Simões e © Filipa Fróis