Miguel Cardina: “As pessoas votam em função das propostas que dão resposta aos problemas da sua vida”

A poucas semanas das eleições legislativas, a Rádio Universidade Coimbra recebeu mais um dos cabeças-de-lista que concorre pelo círculo eleitoral de Coimbra. Miguel Cardina, representante do Bloco de Esquerda (BE), esteve nos estúdios da RUC para esclarecer algumas propostas apresentadas pelo seu partido.

“Um voto no Bloco de Esquerda vai contribuir para que a direita não chegue ao poder”

Em jeito de introdução, o candidato começa por expor os dois grandes objetivos do partido a nível nacional: “impedir” um governo de direita e construir condições para que uma maioria de esquerda possa alavancar um governo. O trabalho que os membros do BE estão a realizar, tem como fim dar “força” aos opositores da direita, revela o responsável.

“A habitação é uma emergência nacional”

Com cada vez mais estudantes a ver o custo da habitação como impedimento para o ingresso no Ensino Superior, o candidato do BE refere-se ao problema como um “obstáculo” ao direito da educação. A solução está na criação de um plano urgente de alojamento estudantil, a partir de espaços pertencentes ao Estado ou de outros alojamentos locais, na ótica do candidato. Faz referência à necessidade da criação de um Plano Nacional que permita baixar as rendas e os empréstimos das casas, salientando que não é suficiente construir novos edifícios.

“As pessoas preferem emigrar porque sabem que noutros países vão ter salários superiores”

Apesar de considerar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) uma “conquista decisiva na democracia portuguesa”, Miguel Cardina admite que Portugal enfrenta um período de grandes dificuldades. Segundo o cabeça-de-lista, um dos maiores problemas é a emigração dos estudantes de medicina logo após o fim do curso, sendo que grande parte deles faz tenção de sair do país mesmo antes de terminar os estudos. Os salários baixos e a pressão dos privados são fatores que “agravam” a situação. 

O BE propõe um plano de retenção de profissionais de saúde no SNS, através da implementação de salários dignos e o aumento nas carreiras. Quanto aos estudantes, o representante defende a execução de medidas que retenham os jovens no seu país, já que Portugal precisa de novos trabalhadores na área da saúde. 

“O que se está a criar é um conjunto populacional que não tem o mesmo direito (de acesso) à cidade que têm o resto das pessoas”

Novas políticas de transporte também constam no caderno do programa eleitoral do Bloco de Esquerda. Em Coimbra, deve ser feita uma aposta na ferrovia e devem ser colocadas em prática medidas de reconversão do espaço que dialoguem com as populações, alega o cabeça-de-lista. A nível nacional, Miguel Cardina alerta para as regiões mais isoladas do país, que não têm serviços de transporte suficiente para satisfazer as suas necessidades, o que provoca uma desigualdade na população portuguesa. 

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