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Miguel Costa Marques: “Defendemos uma nova constituição que marque uma rutura com este regime”

Os transportes, a justiça o ensino e a imigração foram alguns dos temas que dominaram a entrevista ao candidato do Ergue-te. Miguel Costa Marques afirma que o seu partido é o único “verdadeiramente soberanista e nacionalista”.

A cerca de um mês das eleições legislativas do próximo dia 10 de março, a RUC começou a receber os partidos candidatos pelo círculo de Coimbra para conhecer um pouco melhor o seu programa eleitoral. Na passada quinta-feira, dia 8, foi a vez de Miguel Costa Marques, em representação do partido Ergue-te, passar pelos estúdios da rua Padre António Vieira.

“A nossa constituição está cheia de muros de Berlim”

A introdução de Miguel Costa Marques não deixa dúvidas: “Somos abertamente contra este regime político saído da revolução do 25 de abril de 74”. Após apresentar duras críticas aos sucessivos governos que se seguiram ao fim do Estado Novo, o candidato do Ergue-te avança que a principal proposta do partido é o desenho de uma nova constituição. Segundo afirma, o documento atualmente em vigor tem muitas barreiras que não se podiam deitar abaixo com uma mera revisão e, por isso, pede que a lei fundamental seja “simples, clara e sem cunho ideológico”, que defina legislaturas de seis anos, círculos eleitorais uninominais e que determine a possibilidade de os portugueses escolherem entre a monarquia e a república via referendo.

“É preciso repovoar interior do distrito de Coimbra”

A pensar no distrito pelo qual se candidata, o representante do Ergue-te destaca uma série de áreas que precisam de ser reforçadas nos próximos anos: primeiro, o candidato defende que o IP3 já devia ter sido convertido em autoestrada e aponta a necessidade de criar uma ligação direta entre Coimbra e Viseu; de seguida, a necessidade de dar incentivos aos portugueses nascidos em Portugal (Miguel frisa que o partido acredita que a lei da nacionalidade deve ser revista) para que se fixem e invistam no interior do distrito.

A área da justiça foi uma daquelas em que o discurso do candidato, que defende que o nosso sistema judicial “está caótico”, mais incidiu. Miguel Costa Marques afirma que “a justiça é inacessível ao cidadão comum” e aproveita para apontar o dedo ao mapa judiciário que vem do tempo do governo PSD/CDS – de acordo com a visão do candidato, devia ser revisto.

“[A geração mais qualificada de sempre] emigrou porque não arranjou cá trabalho, o país paga salários miseráveis e tem impostos elevadíssimos”

A defesa de uma “revolução fiscal” é outros dos cavalos de batalha do Ergue-te. A vontade de acabar com o IMI para a primeira habitação, de baixar o IRS e o IRC e de rever as taxas do IVA são algumas das medidas elencadas pelo candidato, que também quer que reclusos sejam obrigados a trabalhar para garantir o seu sustento, uma vez que este “custa muito dinheiro ao Estado”.

Miguel Costa Marques acredita que o ensino em Portugal é recheado de “facilitismos” e que os chumbos dos alunos quase nunca acontecem pela carga de trabalhos que representam. Por essa ordem de ideias, o representante do Ergue-te advoga que “deve haver uma reforma do ensino onde um aluno que saia do ensino secundário possa singrar no ensino superior / técnico-profissional para depois estar altamente preparado para desempenhar um posto de trabalho”.

Pode ouvir a entrevista no link acima ou através do nosso Spotify.

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