Assembleia Magna conta com intervenção sobre a crise jornalística
Na sequência da moção aprovada no 5º Congresso dos Jornalistas, mencionada na AM/AAC, Tomás Barros deixa pedido de participação na Greve Geral a todos os órgãos de comunicação social da casa.
“O jornalismo, durante muitos anos, e ainda hoje tem dificuldade em falar sobre si próprio”: Foi, com base neste mote que Tomás Barros, estudante de Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), se pronunciou na primeira Assembleia Magna (AM/AAC) de 2024, no passado dia 22 de janeiro.
Durante a sua intervenção, Tomás Barros focou-se sobre o 5º Congresso dos Jornalistas, que decorreu, no Cinema de São Jorge, entre os passados dias 18 e 21 de janeiro. Em forma de apelo à comunidade académica, o estudante relembra o quórum presente na sala que este foi um evento que contou com a presença de vários profissionais e alunos de jornalismo de todo o país, inclusive da Universidade de Coimbra.
Num discurso assinalado pelo desagrado face a várias entidades da prática jornalística em Portugal, Tomás Barros deixa duras críticas à inércia da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Sindicato dos Jornalistas, face às incógnitas que permanecem sem qualquer resposta ou solução no jornalismo português.
Após um esclarecimento sobre a situação atual da profissão jornalística em todo o mundo e, em especial, em Portugal, o estudante da Faculdade de Letras não se mostrou indiferente relativamente à falta de debate dentro do seio académico e apontou a existência de uma clara carência de discussão e troca de ideias sobre esta problemática.
Num apelo direto à comunidade académica, Tomás Barros enumera os órgãos de comunicação social da Associação Académica de Coimbra (Secção de Jornalismo, Rádio Universidade de Coimbra e Televisão da Associação Académica de Coimbra) e relembra todos os presentes na Assembleia, da assiduidade constante destas secções culturais em todo o tipo de eventos relacionados à Academia. O associado efetivo refere, ainda, a importância de todos estes órgãos de comunicação na cobertura e informação dos estudantes durante largas décadas.
No 5º Congresso dos Jornalistas foi aprovada a moção, que visa a realização de uma greve geral em solidariedade, face aos profissionais abrangidos e afetados pela atual problemática da Global Media Group. Foi sob este princípio que Tomás Barros, último interveniente da Assembleia Magna do dia 22 de janeiro, se dirigiu diretamente aos órgãos de comunicação social da AAC e deixou o pedido a todos os colaboradores, para participarem nesta prova de união e apoio face a todos os jornalistas.
O estudante aproveitou, ainda, para relembrar o quórum presente no Auditório da Reitoria que, embora os colaboradores dos órgãos de comunicação social da AAC sejam apenas estudantes, continuam a desenvolver e levar a cabo a missão jornalística de informar e trazer a debate as questões da atualidade noticiosa.
À margem do seu foco de intervenção, Tomás Barros recorda que, num ano onde se assinalam os 50 anos do 25 de abril, é essencial lutar por uma imprensa livre.
Entre outras temáticas tidas em consideração, o interveniente reconheceu, ainda, questões como a redução dos postos de trabalho, os riscos associados à profissão jornalística e os vínculos cada vez mais precários do jornalismo português.
Fotografia: Arquivo da Secção de Jornalismo da AAC