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Estudantes preparam-se para exames em época de festividades

Alunos pedem melhores condições nos locais de estudo e maior oferta de serviços de apoio à saúde mental. Estudar com recurso a material académico em língua portuguesa é obstáculo extra para estudantes estrangeiros.

As férias de natal começaram em 18 de dezembro e vão ter o seu fim a 2 de janeiro. O seu término vai dar lugar à época de exames que tem início a 3 de janeiro. As férias têm sido aproveitadas pelos estudantes para se preparem para os exames, deparando-se no entanto com alguns obstáculos.

A Rádio Universidade de Coimbra (RUC)  esteve à conversa com dois alunos do terceiro ano de direito, a Inês e o José, e ainda com um estudante do terceiro ano de português, o Vasco. Procurou-se saber quais são os locais de estudo mais frequentados, quais as condições a que têm acesso e os problemas que vivenciam durante os exames.

Durante esta época, os universitários procuram manter uma rotina de estudos para que possam obter bons resultados, no entanto, devido às festividades, entre as quais, o ano novo e o natal, os alunos sentem mais dificuldades em gerir o seu tempo. Como tal, em entrevista à RUC, a Inês e o José, estudantes de direito, afirmaram que consideram esta primeira época de exames, devido à altura em que ocorre, mais complicada do que a segunda, que decorre no verão.

Ainda ligado à pressão das provas de avaliação, os mesmos dois estudantes relataram que já gastam muito do seu tempo com os estudos para os exames e acabam por não conseguir manter os seus hobbies ou acabam mesmo por não participar em atividades extracurriculares.

Ao falarmos com alunos das diversas faculdades da Universidade de Coimbra, concluímos que estes preferem estudar em espaços públicos em vez de em casa. Os espaços preferidos mencionados pelos alunos são a biblioteca geral, a sala de estudo da Associação Académica de Coimbra (AAC), os espaços do Teatro Académico Gil Vicente e por vezes cafés. A Inês e o José mencionam ainda que aos fins de semana, devido à falta de disponibilidade de locais, os estudantes veem-se obrigados a estudar em cafés.

Outro problema relatado foi a falta de apoio psicológico, principalmente na época dos exames em que há mais pressão e mais esforço por parte dos estudantes. A Inês e o José, afirmam que sentem que não há apoio suficiente à saúde mental, havendo apenas, segundo os mesmos, um psiquiatra e dois psicólogos. Os alunos acham que a universidade deveria dar mais atenção a estes serviços, sem ter de ser necessário procurá-los ao invés de fazerem apenas palestras sobre o assunto, que segundo eles, não têm qualquer impacto.

Outros problemas apontados nesta época dos exames foram a climatização da sala de estudos da AAC, no inverno a sala é muito fria e no verão muito quente, e não haver espaço para estudar, visto que a sala é muito pequena e por isso está sempre ocupada. Vasco, um estudante estrangeiro do terceiro ano de português, afirma que além disso, os estudantes deslocados sentem não terem o devido apoio académico. 

Vasco diz mesmo que é exigido mais esforço dos alunos estrangeiros na época de exames, tendo em conta que as provas são feitas em português. Idioma que em muitos casos não é a língua materna dos estudantes estrangeiros e que por isso têm que se esforçar mais ao aprender todos os conteúdos noutra língua que não a sua.

A época de exames termina a 2 de fevereiro e as aulas retornam a 5 de fevereiro de 2024.

Fotografia: Universidade de Coimbra.

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