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20.12.2023POR Isabel Simões

Participação preventiva no Plano Pormenor da Estação de Coimbra recebeu 27 participações

Entre 14 de abril e 9 de maio de 2023 cidadãos, associações ambientais e de moradores pronunciaram-se. A eventual nova travessia do Choupal e a solução futura a adotar para o IC2 foram pontos de discórdia

Em relação à proposta da travessia do Choupal, parte dos participantes são contra a insistência de uma nova ponte sobre o rio Mondego. A vereadora com a tutela do urbanismo transportes e mobilidade, Ana Bastos, continua a defender a necessidade porque quando se defende a demolição dos viadutos da Casa do Sal, “uma coisa não funciona sem a outra”. “Sem a nova ponte não conseguiremos demolir os viadutos que temos atualmente na Casa do Sal”, disse.

Com os viadutos de acesso ao IC2 não é possível criar todo um espaço verde, dando continuidade, nomeadamente a todo o Vale de Coselhas. Ou seja, com o desvio do trânsito para a nova ponte, Coimbra ganharia aqui toda uma estrutura de verde contínua, que neste momento está a ser completamente cortada por esses viadutos.

Ana Bastos sublinhou o facto de algumas das questões levantadas no Relatório de Participação não estarem incluídas no conteúdo programático do plano, nem nos respetivos objetivos. A responsável indicou alguns das sugestões dos munícipes que no seu entendimento se contradizem.

A hipótese colocada por alguns cidadãos de mudar a Estação de Alta Velocidade para Taveiro em vez de na atual Coimbra B, de forma a evitar os impactos no Choupal, foi considerada por Ana Bastos, “não isenta de impactos ambientais”, uma vez que poderia condicionar a exploração hidroagrícola do Baixo Mondego.

PS sugere alterações e CDU quer continuação de discussão pública

José Dias, vereador eleito pelo Partido Socialista, mencionou que a construção da nova Estação de Coimbra, permite requalificar toda a zona envolvente e que as melhorias sentidas desde a Avenida Fernando Magalhães até à Pedrulha apresentam também vantagens, quer do ponto de vista ambiental, quer também na rentabilização das infraestruturas que já existem.

Ainda assim os socialistas sugeriram a requalificação da rotunda do Almegue e em vez do novo viaduto preferem  que a separação do trânsito do IC2 passe pela periferia da cidade.

Para Francisco Queirós da CDU, as preocupações também vão para a travessia do Choupal, e com o trânsito e passagem do IC2, tal como mencionaram diferentes munícipes. A CDU acredita no envolvimento das populações na discussão dos projetos para que sejam encontradas as melhores soluções.

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, afirma que para o futuro da cidade ser mais verde  “mudanças precisam ser feitas”. Deu exemplo da Alta Velocidade que vai cortar muitas árvores ao longo do caminho mas que “é inevitável”, porque o projeto é “absolutamente essencial para o país”. Já os impactes na Mata do Choupal vão ser compensados, asseverou.

Ana Bastos saudou as 27 participações e considerou que “constituem uma importante contribuição” para a elaboração do plano de pormenor e que “serão objeto de análise e consideração ao longo do processo de elaboração da proposta que está em andamento”. Adiantou que as sugestões dos munícipes já foram enviadas ao coordenador do plano de pormenor, Joan Busquets.

Ana Bastos voltou a relembrar que está previsto para o início de 2024 uma nova sessão de esclarecimentos de participação já associada a uma maquete em 3D para facilitar a compreensão do projeto e assim permitir melhorar a qualidade das propostas. Segundo a vereadora está também em fase final o estudo do tráfego  que vai ajudar a  compreender o porquê da nova ponte.

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