PS e CDU votam contra aumentos de Tarifário para 2024 da Águas de Coimbra e do bilhete pré-comprado dos SMTUC
Não mereceu consenso, na última reunião de Câmara, a proposta de aumentos em serviços prestados pelas duas empresas municipais, SMTUC e Águas de Coimbra. Os aumentos decorrem de recomendações das entidades reguladoras e do Governo, justifica a maioria que governa o Município de Coimbra
Partido Socialista (PS) vota, pela segunda vez em dois anos, contra o aumento da tarifa da água. Coube ao vereador José Dias apresentar os motivos da discórdia. O responsável entende que as dificuldades socioeconómicas que os portugueses vivem, deveriam ter motivado políticas protetoras por parte do município, antes das propostas de aumento.
Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, lembrou que a água é um bem essencial sem o qual os seres humanos não conseguem viver. Segundo o vereador da CDU o negócio da água, nos dias de hoje, concorre com os negócios das armas e da droga. O vereador assinalou também a discrepância entre os valores recomendados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e pela empresa Águas Centro Litoral.
A ERSAR recomenda 3,3 por cento de aumento, de acordo com o “Boletim Económico de Junho de 2023” do Banco de Portugal. No entanto, como a atualização tarifária em 2023 foi de 2,7 por cento, tendo ficado aquém do valor estimado pelo Banco de Portugal de 6,3 por cento, e o fornecimento de água em alta em 2024 ir atualizar em 5,36 por cento o fornecimento à Águas de Coimbra, levou a empresa municipalizada a propor o aumento de 5,36 por cento do preço da água e tratamento de resíduos efluentes aos conimbricenses, mantendo no entanto a tarifa social.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, imputa o aumento às empresas públicas que fornecem a água em alta.
A empresa municipalizada Águas de Coimbra adianta que, a manterem-se os preços atuais, o prejuízo previsto para 2024 da empresa seria de 1 475 971 euros. O aumento da tarifa da água acabou por ser aprovado pela maioria dos partidos da coligação Juntos Somos Coimbra que governa a Câmara Municipal recebendo cinco votos contra da oposição, quatro do PS e um do vereador da CDU. A reunião decorreu na última segunda-feira, dia 13 na Sala de sessões da Câmara Municipal de Coimbra.
Pé-comprados e bilhete de motorista aumentam em 2024
Enquanto o preço do passe, dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC ), se vai manter nos trinta euros e os estudantes até ao 12º ano vão continuar a ter passe gratuito, os bilhetes pré-comprados e o bilhete de motorista vão aumentar no próximo ano.
Francisco Queirós, vereador da CDU considera que as populações mais desprovidas de rendimentos usam as viagens em cartão pré-comprado para pequenas deslocações e que o aumento pode condicionar por exemplo as idas ao hospital.
Para o PS, o executivo devia analisar bem a implicação do aumento das tarifas no rendimento dos utilizadores. Hernâni Caniço, vereador eleito pelo PS, manifestou a esperança de que o futuro Governo também o faça.
Nos termos dos dados publicitados pelo Instituto Nacional de Estatística, a Taxa de Atualização Tarifária (TAT) para o ano de 2024 é de 6,43 por cento. Enquanto os passes ficam congelados e não aumentam de valor por decisão governamental (o Governo vai compensar o congelamento do valor dos passes), “os títulos de transporte ocasionais, designadamente aqueles que são válidos apenas para uma viagem ou um período curto e determinado, dever-se-á aplicar o valor da TAT de 6,43 por cento” recomendam os serviços da CMC tendo em conta a legislação aplicada.
Ana Bastos, vereadora com a responsabilidade dos transportes considerou os aumentos dos bilhetes pré-pagos e de motorista como “irrisórios” e que com a entrada em funcionamento do Sistema de Mobilidade do Mondego os aumentos serão obrigatórios.
Lembramos que a entrega do primeiro autocarro do MetroBus, que estava prevista para dezembro de 2023, foi adiada para fevereiro de 2024, revelou no início da semana a Metro Mondego.
De acordo com a Agência Lusa, o início da operação do Sistema de Mobilidade do Mondego nas zonas urbanas de Coimbra foi adiado para o fim de 2025 e o arranque do troço suburbano para o final de 2024. A operação do sistema entre Serpins e o Largo da Portagem deverá ter lugar no final do segundo semestre de 2024.