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19.10.2023POR Maria Nolasco

Antevisão 13º Semibreve – Entrevista com Luís Fernandes

Dia 26 de Outubro marca o início de mais uma edição do Semibreve, o festival que acontece em Braga desde 2011. Luís Fernandes, diretor artístico do festival desde a primeira edição, esteve à conversa com a RUC para desvendar as novidades desta edição e (re)contar a história e sucesso do mesmo.

Explorando a música eletrónica e as artes digitais, o Semibreve tem sido um festival essencial para a divulgação de projetos nestas áreas, reunindo artistas relevantes da atualidade da música eletrónica. Luís Fernandes está presente no processo de criação e crescimento do festival desde que começou. Um início que começou de forma ingénua, como confessa Luís. Nascido e a viver em Braga – ponto comum entre os 4 fundadores – queria ver na sua cidade artistas e expressões artísticas que lhe diziam algo, mas que não tinham grande visibilidade no país.

 

Também não existia um formato de festival que alinhasse na ideia do Semibreve, da simbiose entre música exploratória, arte digital e espetáculos audiovisuais. Com um apoio da Câmara Municipal de Braga – que se mantém até hoje – nasceu este festival que continua a dar frutos.

 

 

Uma novidade nos formatos de festivais, mas também uma novidade para a cidade de Braga, que sempre se mostrou receptiva a esta ideia. Contudo, é também uma relação que se vai fomentando, até porque o próprio formato do Semibreve se foi alterando.

Começou por recorrer à sala de espetáculos do Theatro Circo mas, rapidamente, saiu porta fora e foi até outros espaços emblemáticos da cidade. Foi olhar para aquilo que a cidade tinha de interessante para oferecer, as idiossincrasias de Braga, e tentar alinhar com as escolhas artísticas do festival.

Esta necessidade de encontrar novos espaços na cidade e adaptá-los para salas que consigam acolher espetáculos, está interligada com a crescente adesão de público ao Semibreve. Inicialmente composto por pessoas que vinham de partes diferentes do país, e até algumas de fora, rapidamente cresceu e começou a trazer não só mais pessoas de outros países até Braga, como também os habitantes da cidade começaram a procurar o festival.

 

A colaboração entre estes novos espaços e entidades tem-se revelado pacífica mas, claro está, é algo que se deve à confiança que foi crescendo entre os dois lados. São espaços, por exemplo, onde ocorrem cerimónias religiosas e isso faz com que seja necessário existir um respeito pela natureza do local.

Luís confessa que têm cuidado com o espaço em questão, e que a equipa não tenta impor uma determinada proposta artística num espaço que consegue ter uma carga tão emocional.

Sendo já a 13ª edição de Luís Fernandes enquanto diretor artístico do Semibreve, quando questionado sobre como não cair em programações que se revelam como fáceis e de sucesso imediato, Luís confessa que tenta sempre apresentar novos nomes, ou estrear artistas emergentes que nunca o fizeram em Portugal. Quando trazem artistas pela segunda vez, fazem-no num formato diferente, em novos contextos e novas encomendas.

Estar atento ao panorama atual, muito particular, do ecossistema da música exploratória, mais dentro da eletrónica, revela-se fundamental. Para além disso, a programação do Semibreve não tem caído em facilitismos, algo que não se tem traduzido em insucessos, muito pelo contrário.

O Semibreve é já um festival que detém algum respeito no panorama internacional, e isto facilitou a que o convite para a rede do programa europeu Re-Imagine Europe surgisse. Um projeto que integra vários festivais de música eletrónica, festivais sempre alinhados com as políticas ecológicas que os mesmos devem respeitar, como também políticas de representatividade em relação ao equilíbrio entre artistas.

 

Como resultado deste programa, o Semibreve encomendou 2 espetáculos, em parceria com outros festivais. Mas vai haver também espaço para conversas e workshops.

 

O apoio a jovens artistas é também algo que move o festival, tendo o Edigma Semibreve Scholar, uma iniciativa que pretende premiar estudantes universitários portugueses. Luís acredita que esta pode ser uma rampa de lançamento para jovens artistas ainda em fase de estudo e que, em edições futuras, possam voltar a marcar presença no Semibreve.

A verdade é que o Semibreve já nos tem habituado a edições com cartazes exemplares e esgotadas. Será que existe uma receita para este sucesso? Luís acredita que é uma junção de múltiplos fatores, como nos contou em entrevista:

Com uma ligeira afinação ao programa, o Semibreve regressa à cidade de Braga já no próximo dia 26 de Outubro, e a RUC vai estar a acompanhar este festival.

 

Fotografia por Braga Media Arts

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