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13.10.2023POR Helena Pais

CMC e APBRA200 garantem que Casa da Cidadania da Língua Portuguesa não põe fim à Casa da Escrita

O presidente da Câmara e o dirigente da Asssociação Portugal-Brasil 200 anos ambicionam uma programação que inclua todos os países lusófonos, sem deixar de lado a promoção da escrita e da leitura. José Manuel Silva quer acabar com a “letargia” que a Casa da Escrita denunciava, nas palavras do autarca.

O edifício que foi, nos últimos 13 anos, a Casa da Escrita, em Coimbra, foi esta quinta-feira reinaugurado com um novo nome, a Casa da Cidadania da Língua Portuguesa, e com nova curadoria, partilhada entre o Município e a Associação Portugal-Brasil 200 Anos. O presidente da Câmara, José Manuel Silva, garantiu que o espaço “vai continuar a ser uma casa da escrita”. O que se pretende, segundo o autarca, é acolher iniciativas de toda a comunidade lusófona.

O presidente da Câmara admitiu que o edifício denunciava “algum estado de letargia em termos de atividade cultural”. Para José Manuel Silva, transformar o espaço na Casa da Cidadania da Língua Portuguesa e conferir-lhe uma dinâmica “muito mais intensa” é uma forma de honrar a memória do escritor João José Cochofel, que ali morou e promoveu tertúlias com neorrealistas portugueses no século XX.

“O intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências vai trazer mais força aos laços entre os países de Língua Portuguesa”, nas palavras do presidente da Associação Portugal-Brasil 200 Anos, José Manuel Diogo. “Associações, editoras, governos, jornalistas, intelectuais e artistas” vão ser convidados a participar. O dirigente da associação reafirmou que não se trata de acabar com a Casa da Escrita.

Sobre a programação, José Manuel Diogo avançou que vai desde residências artísticas a observatórios. No final de outubro vão ser divulgados mais detalhes, de acordo com o presidente da Associação Portugal-Brasil 200 Anos. Para a concretização da programação, nos orçamentos municipais de 2024 e 2025 vão constar 75 mil euros em cada ano, como estabelece o protocolo entre o Município e a associação.

Antes da cerimónia de inauguração, segundo a Agência LUSA, quatro pessoas, entre elas Jorge Gouveia Monteiro, do movimento Cidadãos por Coimbra, contestaram a forma como o espaço foi cedido à Associação Portugal-Brasil 200 anos. Na última reunião do executivo, tal como a RUC noticiou, o PS também levantou dúvidas sobre a associação privada. Francisco Queirós, vereador único da CDU, lembrou que a associação já anunciava a Casa da Cidadania da Língua Portuguesa antes de o protocolo com o Município ser discutido e aprovado (com voto de qualidade).

Fotografia cedida pelo Jornal Universitário “A Cabra”

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