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29.09.2023POR Isabel Simões

TUMO Coimbra um lugar onde jovens vão aprender tecnologia e criatividade

Escola de aprendizagem não formal, o décimo centro TUMO fora da Arménia vai oferecer a cerca de 1500 jovens de Coimbra, dos 12 aos 18 anos, ferramentas que lhes permitam traçar um futuro diferente. Foi inaugurado ontem, quinta-feira, dia 28 de setembro.

Jovens acompanhados pelos pais ou com amigos aguardaram pacientemente que decorresse a cerimónia de apresentação e invadiram o espaço quando as portas abriram.

Como disse João Paulo Firmeza, diretor da Altice Portugal, parceiro que disponibilizou o antigo edifício dos CTT (Correios Telégrafos e Telefones, junto ao Marcado Municipal D. Pedro V), “os jovens precisam de experimentar e falhar”. Razões que considerou importantes para trazer os mais jovens para estes “espaços de criação”, afinal a tecnologia não é mais só para “geeks, está em todos os setores e vetores da nossa sociedade”, advertiu.

Antes, lembrou a história do edifício, “uma casa emblemática”, aproveitando para acrescentar histórias de uma outra casa de engenharia portuguesa “que ousou fazer”, espírito que o TUMO pretende também incutir nos mais jovens.

Robótica música, fotografia, desenvolvimento de jogos, animação, cinema, design gráfico e programação são, para já, as propostas que vão ocupar os primeiros jovens a serem acolhidos, duas horas por dia, depois das aulas nas escolas de ensino formal. No dia da inauguração contava já com 1000 inscritos (25 por cento dos jovens potenciais).

“Este é para mim quase um projeto de vida” – Gonçalo Quadros

Gonçalo Quadros, fundador da Critical Software, outra das empresas parceiras, em declarações à RUC, salientou a forma como o projeto vai ajudar “a transformar os nossos mais novos” dando-lhes “confiança, ousadia e estimular a curiosidade para que eles amanhã possam crescer e transformar o mundo à sua volta”.

“Importante é o que queremos fazer com o conhecimento” – Paulo Marques

A escola conta com apoio da Câmara Municipal de Coimbra e de parceiros como Licor Beirão, BPI, Fundação La Caixa, Fundação Gulbenkian e Fundação Santander, Altice Portugal, Oxy Capital,  Critical Software e Paulo Marques e Pedro Bizarro, fundadores da Feedzai que participam a título individual. O investimento rondou sete milhões de euros.

Para Paulo Marques “o que é importante é o que queremos fazer com o conhecimento” e para isso é necessário dotar os jovens de competências de “criatividade”.

Ana Abrunhosa ministra da Coesão Territorial enalteceu a parceria “público-privada virtuosa” consubstanciada no TUMO. À comunicação social, a ministra confirmou a vontade de Portugal ter cinco escolas desta natureza e desafiou outros municípios a criarem condições para a sua instalação.

Segundo a ministra existem fundos europeus disponíveis no âmbito do programa Portugal Inovação Social para este tipo de projetos, os avisos abriram ontem e são os primeiros avisos do Portugal2030, tão reclamado pelos autarcas.

TUMO Coimbra ainda não beneficia de fundos europeus mas pode apresentar projetos com esse fim, elucidou a ministra à comunicação social.

O ministério não é parceiro do TUMO Coimbra, no entanto, Ana Abrunhosa ficou descansada em relação à inclusão de crianças oriundas de famílias com parcos recursos económicos, uma vez que o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva lhe assegurou irem ser contempladas.

A presença da Fundação La Caixa no projeto criou a ambição de mais um TUMO com dimensão Ibérica, a ministra da Coesão Territorial gostaria que se situasse no interior do país como forma de colaboração entre Portugal e Espanha.

A nova escola propõe que os jovens adquiram conhecimentos através de autoaprendizagem, oficinas e laboratórios avançados com especialistas originários de todo o mundo. Os programas são presenciais, totalmente gratuitos e vão acontecer depois dos horários das escolas normais.

Na cerimónia marcaram presença representantes de todos os mecenas e também os fundadores Arménios, Marie Lou e Pegor Papazian e do Sam and Sylva Simonian.

Fundado em 2011 na Arménia, o projeto tem 1o centros fora da Arménia. Está presente em países como a Rússia, Alemanha, França e agora pela primeira vez em Portugal. Paris, Beirute, Moscovo, Tirana, Berlin, Zurique, Manheim, Coimbra, Kiev e  Lyon são cidades onde existem escolas TUMO.

Em Portugal Pedro Santa Clara é o mentor. Revelou na sessão que Lisboa, Matosinhos e Braga podem ser as próximas cidades a beneficiarem de um TUMO e que  Barcelona e Málaga também podem vir a estar na calha. Na inauguração indicou o que considera ser “a competência mais fundamental para o futuro”.

Para José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, o novo TUMO  representa “a cara” da cidade”.

Lembramos que a Universidade de Coimbra assinou recentemente um protocolo de colaboração com a associação que instalou na cidade o primeiro TUMO.

A designação do projeto tem origem no nome do poeta e ativista arménio,  Hovhannes Tumanyan. O primeiro centro de tecnologias criativas TUMO nasceu num parque com o seu nome na cidade de Erevan, capital da Arménia.

Fotografias: CMC

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