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Líder do BE e DG/AAC concordam que novas medidas para jovens “não resolvem os seus problemas”

Dirigentes associativos e coordenadora do Bloco de Esquerda apontam que as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro não resolvem as dificuldades dos jovens qualificados, nem as daqueles que ainda frequentam o Ensino Superior.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) e primeiro-ministro, António Costa, anunciou na manhã desta quarta-feira algumas medidas dirigidas aos jovens, inclusive a devolução de um ano de propina por cada ano de trabalho em Portugal e alterações ao IRS que passam, por exemplo, pela isenção no primeiro ano de emprego (para os jovens até aos 35 anos). A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, e a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) concordaram que as medidas não chegam para resolver os principais problemas dos jovens, depois de uma reunião, na quinta-feira, em torno da falta de alojamento estudantil e da Moção Global da Propina que os dirigentes associativos querem levar ao parlamento.

A líder do BE, em declarações aos jornalistas, aponta que as medidas não servem quem não consegue neste momento suportar os custos de frequência no Ensino Superior, como a propina e o alojamento. Também não é com estas medidas, no entender de Mariana Mortágua, que os jovens que já estão a trabalhar vão conseguir conjugar os “baixos salários” – que são “regra”, nas palavras da coordenadora do BE – com os valores que as rendas atingem.

A habitação estudantil tornou-se uma “impossibilidade ou uma possibilidade muito cara”, vinca Mariana Mortágua. “O número de quartos disponíveis para estudantes reduziu 68% entre 2021 e o momento atual”, de acordo com a deputada da Assembleia da República. Isto levou os preços dos quartos vagos a “aumentarem muitíssimo”, para valores “incomportáveis”, diz ainda. O BE propõe, por isso, um plano de emergência para a habitação estudantil. O plano prevê a disponibilização no imediato de quartéis e outros edifícios associados ao Ministério da Defesa, bem como a concretização de protocolos que ficaram por estabelecer com entidades de turismo. “Os alunos que hoje estão no Ensino Superior não podem esperar por uma residência que chega quando acabarem o curso”, afirma a coordenadora do BE.

Para o presidente da DG/AAC, João Caseiro, o conjunto das novas medidas direcionadas a jovens deve ser entendido como “um apoio complementar”. As medidas não resolvem as dificuldades dos jovens qualificados, nem as daqueles que agora frequentam o Ensino Superior, aponta João Caseiro. O dirigente associativo entende que são “interessantes” e “têm traços positivos”, porque “podem ajudar a combater a fuga de cérebros de Portugal”, mas lembra que também não fazem nada pelos jovens qualificados que já emigraram.

João Caseiro não deixa de notar que a terceira proposta apresentada pela DG/AAC na Moção Global da Propina também engloba a ajuda retroativa para os jovens que se iniciam no mundo do trabalho.

A DG/AAC vai continuar a reunir com estruturas partidárias e estudantis, com o propósito de munir os estudantes de várias perspetivas em torno da propina, na moção que vai ser, mais tarde, levada a Assembleia Magna.

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