Festival Apura regressa como ponto de encontro da cultura “underground”
São 35 iniciativas, entre oficinas de dança, exposições, instalações, residências artísticas, concertos, Dj Sets, apresentação de uma obra literária e cinema. Todas de acesso gratuito para fruição dos que amam a criação artística emergente.
De 21 a 23 de setembro o Apura acontece em vários espaços da cidade de Coimbra. Com os workshops de dança a terem lugar no Salão Brazil, concertos e exposições, a acontecerem durante a tarde na Casa das Artes Bissaya Barreto, e as noites a começarem na República da Praça. Depois de no ano passado ter dado “palco” aos artistas que trabalham na cidade e que viram o trabalho artístico ser muito afetado pela pandemia, a IV edição do “Festival Apura o teu Underground”, acolhe também criadores do Porto e de Lisboa.
“Colocar Coimbra como ponto de encontro de outras cidades” no que à música e artes diz respeito é um dos objetivos. Palavras de Bernardo Matos, responsável pela programação noturna do festival, ontem à tarde, na conferência de imprensa que se realizou na Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto da Rua Castro Matoso.
Ao todo são 35 iniciativas que “contam com algumas estreias mas também com alguns projetos consagrados conhecidos do público de Coimbra”, esclareceu Maria Cunha, elemento da equipa do Apura desde a primeira hora. A prioridade em dar voz a artistas locais mantém-se, daí nomes como Victor Torpedo and the Pop kids, Rodrigo Silveira, Açafrão, Luís Antero e Babu, entre outros.
O aquecimento tem lugar já a partir da próxima semana nos dias 12, 13, 14 e 17 de setembro. Durante quatro dias junta concertos, literatura e cinema, com B-Fachada a dar quatro concertos, nos dias 13 e 14 de setembro em quatro Repúblicas de Coimbra. Os concertos visam a angariação de fundos para as República dos Fantasmas e para a Real República Rapó Táxo e acontecem nestas duas casas de estudantes às 23 horas. B-Fachada vai estar em concerto também também na Real República do Bota Abaixo (no dia 13) e nos Paços da República dos Kágados (no dia 14), sempre às 17 horas. Para a recolha de fundos vai estar disponível uma caixa de doações no momento dos concertos. Bernardo Rocha, elemento d aAssociação Apura, conta que a iniciativa partiu do próprio artista.
O Apura acolhe na Galeria Santa Clara a apresentação de uma obra literária materializada em contos escritos por 10 autores, todos a viver em Coimbra. Um projeto desenhado em conjunto com a Subsolo de que resultou o livro “O Não Lugar”, que vai ser apresentado. Ana Carolina Gomes, Nina Abreu e Lia Cachim são três autoras, entre dez, que vão poder falar das suas obras, ainda no ‘warm-up’, no dia 17 de setembro, na Galeria Santa Clara, a partir das 17 horas. À noite desse mesmo dia a Casa da Escrita acolhe uma sessão de cinema emergente, com filmes de Pedro Réquio e Gonçalo Parreirão. Uma parceria com o Centro de Estudos Cinematográficos e a Casa do Cinema de Coimbra.
O festival propriamente dito inicia no dia 21 de setembro com uma oficina de dança contemporânea pela artista Saeira a decorrer no Salão Brazil. Já na cave da Casa das Artes da Castro Matoso, o público vai poder assistir aos concertos de Luís Antero, e Synapse Archives. Gume que já esteve no Palco RUC, Lucifer Pool Party e The Black Wizards actuam no terraço. O encerramento do primeiro dia acontece com os sets de VanDer e Photonz na República da Praça, duas pessoas que vêm “das margens do Tejo” conta-nos Bernardo Matos.
O dia 22 inicia no Salão Brazil, com uma oficina de dança tradicional pelo GEFAC, o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra. A Casa das Artes recebe logo de seguida o concerto de Rodrigo Silveira, uma matiné com Farofa e os concertos de Victor Torpedo and the Pop Kids, Cows Caos e Guilherme Portugal. À noite Arcana, Instrumental Violence e Coletivo Lenha marcam presença na República da Praça.
Marco Santos assume o workshop do terceiro dia do festival (23 de setembro) sob o tema “Corpo do Som” no Salão Brazil. Na Casa das Artes, Matilde Tarrinha e Assafrão demonstram o resultado da Resistência Artística conjunta. Depois Miguel Cordeiro, Tigre, Cachupa Psicadélica, The Rite of Trio e Dead Club apresentam-se em concerto. Na República da Praça acontece o encerramento dos três dias do Festival Apura com sets de Pearte e The Ema Tomas.
José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) marcou presença na apresentação do Festival Apura. O executivo camarário aprovou na última segunda-feira, um apoio de seis mil euros ao festival. O autarca considerou o Apura “um dos mais estimulantes festivais que a Câmara Municipal apoia na medida em que dá espaço “a jovens criadores” e a “manifestações artísticas distintas”.
O festival tem ainda um concerto ‘after’ no Salão Brazil com os franceses Societé Étrange, no dia 24 de setembro.
Na IV edição do “Apura o teu underground” as exposições têm lugar nas novas instalações da Casa das Artes Bissaya Barreto na rua Castro Matoso. Podem ser apreciados trabalhos e performances de artistas como Babu, Zabeth, Coletivo Gambozino, Inês Santos, Tu Metes Nojo, Brutto, Jonathan Miranda, Maria Palma e Colectivo Zás.
Pode seguir a programação do festival aqui.
Fotografias: CMC
Cartazes: Associação Apura| TBA