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06.09.2023POR Isabel Simões

Assoreamento e intervenção da APA no Rio Mondego preocupam Câmara de Coimbra

O projeto da Agência Portuguesa do Ambiente “incide sobre as ínsuas, margens e leito do rio Mondego a montante da ponte da Portela, quando a jusante da Ponte há uma acumulação de areia muito preocupante que obriga o Rio Ceira a criar grandes rombos na margem direita do Mondego”, esclareceu o vereador do Ambiente da Câmara de Coimbra na última reunião de Câmara.

Numa audiência com o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que decorreu sexta-feira passada, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) alertou o ministro para a “necessidade urgente” de se voltar ao desassoreamento do Rio Mondego.

Numa primeira fase entre a Portela e a Ponte Rainha Santa Isabel e depois, no mesmo percurso onde decorreu a última intervenção no qual, segundo o município, já existe “forte reposição de inertes”.

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, no final da reunião do executivo, confirmou à RUC que o assunto foi colocado a Duarte Cordeiro e contou sobre as razões que indicam a necessidade de novo desassoreamento.

A intervenção em curso no rio pela  Agência Portuguesa do Ambiente (APA), levou Francisco Queirós vereador da CDU, no período de Antes da Ordem do Dia, a colocar questões sobre o que está a ser realizado entre a ponte da Portela e o açude de Palheiros. 

De acordo com o vereador a empreitada adjudicada pela APA no valor de 355 mil euros tem o propósito de “normalizar o escoamento do rio, diminuir a velocidade crítica no seu leito, reduzir o risco de cheias”, objetivos que considerou “nobres” e bem-intencionados”.

No entanto, o vereador eleito pela CDU lembrou a opinião de algumas associações ambientais que alertam para o que está ser realizado. O vereador da CDU perguntou também se a APA informou as populações e a CMC em relação ao que iria acontecer e questionou se a intervenção no Rio Mondego não está a ser ”extremamente radical”.

Carlos Lopes, vereador responsável pelo Ambiente e Sustentabilidade na CMC, informou a vereação que a APA está a realizar uma obra, “dois anos depois de ter sido assinado um protocolo, em maio 2021″. Financiada pelo programa Compete do Portugal 2020, a intervenção “está a ser realizada no limite do prazo de financiamento para a sua execução”, disse.

Esclareceu também que a população não foi informada e o que Município de Coimbra desconhece se foi elaborada uma Avaliação de Impacte Ambiental. O vereador informou ter solicitado à APA um conjunto de ações para mitigar os impactes quer na Praia Fluvial do Zorro, quer na vegetação das margens.

O responsável pelo ambiente e sustentabilidade informou que técnicos da autarquia estão a acompanhar a intervenção da APA. Lembrou também que “o projeto incide sobre as ínsuas, margens e leito do rio Mondego a montante da ponte da Portela, quando a jusante da Ponte há uma acumulação de areia muito preocupante que obriga o Rio Ceira a criar grandes rombos na margem direita do Mondego”.

Situação que, no entendimento do Município, “se agravou” após a “destruição da vegetação da margem direita do Mondego entre o Rebolim e a Ponte da Portela executada pelo anterior executivo socialista”. Uma intervenção que teve lugar em março de 2021, e que deu origem “a uma coima por incumprimento de diversa legislação ambiental”, acrescentou o vereador da coligação Juntos Somos Coimbra que governa a autarquia de Coimbra.

A conversa da RUC com José Manuel Silva passou pelos vários assuntos que o município levou ao ministro ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro. A barragem de Girabolhos e a intervenção pela APA em curso no Rio Mondego, a necessidade de desassoreamento do Rio Mondego, o apoio à modernização da frota dos SMTUC, a preocupação com “subida das tarifas da recolha de resíduos urbanos”, foram alguns dos temas abordados.

Pode ouvir a conversa no ‘podcast’ no início do texto.

Fotografia: CMC

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