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Turismo na UC está a crescer mas ainda não atingiu valores de antes da pandemia

Dez anos depois da classificação pela UNESCO da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial as receitas do turismo continuam a ser uma fonte importante para a requalificação do edificado mas continuam a não ser suficientes.

Os valores do turismo na Universidade de Coimbra (UC) estão em recuperação. A pandemia limitou as viagens dentro do país e a nível internacional o que levou ao decréscimo do número de visitantes e das receitas com origem no turismo.

Com a abertura de fronteiras e o fim das restrições, o turismo a nível nacional tem crescido. Também o número dos que visitam a UC tem aumentado. Em 2022 foram perto de 313 mil os visitantes da UC.

No programa Coimbra – D de dia 23 de agosto, o vice-reitor da Universidade de Coimbra com o pelouro de Património, Edificado e Turismo, deu-nos uma perspetiva positiva sobre a evolução do turismo na cidade e na UC.

Em fevereiro de 2019, cerca de um ano antes da pandemia, o então responsável pelo turismo na UC, Luís Filipe Menezes, contava ao jornal A Cabra que depois da classificação como Património da Humanidade, “em seis anos a UC” tinha passado “de receber 190 mil viajantes para 500 mil” e que a receita de “3,9 milhões de euros em 2017” e de “4,2 milhões em 2018” tinha “contribuído para recuperar o património”, embora não fosse “suficiente”.

Tal como então, a receita do turismo continua a não bastar para a recuperação do vasto património da UC. A Universidade de Coimbra tem de procurar outras fontes de  financiamento, esclareceu o vice-reitor responsável atual pelo Turismo e Património.

Um ano depois da passagem a Património Mundial da Unesco, em 2014, o Notícias UC escrevia que tinham visitado a Universidade de Coimbra cerca de 293 mil turistas. A classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da UNESCO em 2013 favoreceu o aumento das visitas ao Polo I da UC e a cidade também tem beneficiado.

A Biblioteca Joanina é um dos locais mais procurados por quem visita a cidade. Em obras neste momento, a própria universidade entendeu por bem limitar o número de visitantes.

Para além do “enorme desafio da recuperação do Património em si”, o vice-reitor aponta como preocupação “a interação com o espaço público envolvente e com a cidade”. A UC está também preocupada com o vasto acervo de coleções que possui e que ainda não estão disponíveis para o público em geral.

O desafio do turismo da Universidade de Coimbra, mais do que aumentar o número de visitantes, passa por “melhorar a experiência de visita” dos que a procuram conhecer, no entendimento de Alfredo Dias.

No programa Coimbra-D de dia 23 de agosto, Assunção Ataíde, presidente da APBC – a Associação para a Promoção da Baixa de Coimbra, deu-nos o ponto de vista da associação. Para a dirigente os turistas procuram a cidade pela Universidade, mas “não só”.

Assunção Ataíde é de opinião de que a cidade precisa de um “Plano Estratégico para a Promoção Turística”, pelo que preconiza a necessidade de sentar à mesma mesa todas as entidades públicas e privadas que participam na indústria para uma reflexão sobre o assunto.

Dá como exemplo de coisas sobre que refletir “a taxa turística” que penaliza os que dormem na cidade sem lhe dar incentivos que premeiem a escolha de permanecerem alguns dias em Coimbra. A dirigente da APBC veria com bons olhos que os que pagam a taxa turística tivessem direito a um voucher que lhes permitisse, por exemplo, terem prioridade em entrar na Biblioteca Joanina.

O projeto da Taxa Municipal Turística de Coimbra foi aprovado na reunião do executivo camarário, dia 30 de janeiro, no Pavilhão Gimnodesportivo do Clube de Futebol de Santa Clara. A aprovação contou sete votos a favor (da coligação “Juntos Somos Coimbra” e CDU) e quatro contra (PS). Começou a ser cobrada em 5 de abril.

No entanto a taxa tem várias isenções. Não se aplica a hóspedes com idade inferior a 16 anos, a portadores de deficiência, com incapacidade igual ou superior a 60 por cento, a estudantes nacionais e estrangeiros que ingressam no ensino superior em Coimbra, bem como bolseiros de investigação que utilizem empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local no início de cada ano letivo.

A estadia para tratamento médico, extensível a um acompanhante bem como situações sociais graves, nomeadamente as encaminhadas pela Segurança Social e realização de eventos na cidade de Coimbra, apoiados ou diretamente promovidos pelo Município de Coimbra, também não são cobrados.

Segundo a Agência Lusa o vereador da Câmara Municipal de Coimbra, Miguel Fonseca, afirmou durante a sessão de apresentação da ferramenta informática que gere a cobrança da taxa municipal turística, que “a Câmara Municipal de Coimbra estima ultrapassar, este ano, as mais de 700 mil dormidas registadas em 2019”.

Fotografia: UC@Ana Bartolo

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