Proposta do Ministério para combater falta de médicos no SNS não convence estudantes de Coimbra

Na sequência da receção da proposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de estabelecimento de um regime excecional e transitório de reconhecimento de grau académico em medicina no âmbito do Regime Jurídico de Reconhecimento de Graus Académicos e de Diplomas de Ensino Superior atribuídos por Instituições de Ensino Superior Estrangeiras, a Associação Académica de Coimbra (AAC) emitiu um comunicado em que se mostra “relutante” quanto à solução encontrada pelo órgão do governo para fazer face à escassez de médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Cármen Oliveira, presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da AAC (NEM/AAC), explica que, centralizado no Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), já existe um concurso ordinário que visa reconhecer os cursos de medicina tirados no estrangeiro. Ao considerar que, no concurso extraordinário proposto, as competências parecem estar a ficar na mão do governo, a dirigente teme que esteja em cima da mesa um reconhecimento automático.

Se se verificar o reconhecimento automático, a presidente do núcleo coloca em causa os critérios que levam ao desenvolvimento do processo. Caso não seja uma realidade, Cármen lembra que o país apenas vai ganhar médicos indiferenciados.

De recordar que, conforme afirma a dirigente, há muitos médicos portugueses a aguardar por uma vaga que dê acesso à especialidade. Nesse sentido, a representante do NEM/AAC reitera que o documento é pouco claro.

Em conjunto, Direção-Geral e Núcleo de Estudantes de Medicina da AAC explanam o seu descontentamento num parecer enviado ao Ministério, que ainda não recebeu resposta. O documento foi disponibilizado na íntegra no site academica.pt para consulta pública.

(Fotografia: © Leonel de Castro/Global Imagens)